Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho - Reprodução / Google Street View
Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme VelhoReprodução / Google Street View
Por CÁSSIO BRUNO

Rio - A Polícia Civil inspecionou, na manhã desta terça-feira, o local onde o bebê Caíque de Carvalho, de seis meses, foi baleado. A informação foi confirmada ao DIA pelo diretor administrativo do Colégio São Vicente de Paulo, Luiz Fernando Prado. Segundo o profissional, dois agentes foram à escola, no Cosme Velho, Zona Sul do Rio, e interditaram uma das três quadras. A criança foi atingida, nesta segunda-feira, no colo da própria mãe. Caíque foi socorrido e levado para Centro Pediátrico da Lagoa. Ele passará por uma cirurgia para a retirada dos fragmentos do projétil, mas está fora de perigo.

"Eles olharam o local para entender de onde partiu a bala", disse Luiz Fernando, acrescentando que, atualmente, a escola tem 1,6 mil alunos, de cinco a 17 anos, em três turnos. A polícia disse que ainda está investigando o caso e só após a retirada dos fragmentos saberá qual arma foi utilizada. Se for um fuzil, é possível que o tiro tenha sido disparado de uma das comunidades próximas ao colégio, Cerro-Corá ou Guararapes.

Direção do colégio se pronuncia

Em texto enviado à imprensa, o Colégio São Vicente de Paulo afirma que foi abruptamente inserido no mapa da violência que assola o Estado do Rio de Janeiro, quando vê ocorrer em suas dependências uma situação de bala perdida, atingindo um bebê no colo da mãe, que aguardava seu outro filho terminar a atividade esportiva que frequenta.

"Cumpre-nos expressar a profunda tristeza que toma conta de toda a comunidade vicentina que, neste momento, se solidariza com a família. Uma das principais características desta instituição e virtude vicentina é o zelo, amplamente percebido na forma como acolhemos todos aqueles que cruzam nossos portões, e priorizando o bem-estar e a segurança dos alunos, funcionários e demais pessoas que frequentam o colégio.

Como é de conhecimento geral, estamos imersos numa sociedade que tem vivido em meio a polarizações e à violência generalizada, com tiroteios espalhados por diversos locais, roubos e furtos em proporção imensurável, o que nos leva a evocar as palavras de São Vicente de Paulo, Patrono dessa Casa: “É preciso passar do amor afetivo ao amor efetivo ...”.

Na situação ocorrida ontem, à noite, no Colégio, as observações preliminares feitas pelos agentes policiais que aqui estiveram apontam para uma situação, infelizmente, comum em nossa cidade, de bala perdida, oriunda não se sabe de onde, na medida em que não há registro de qualquer ação envolvendo troca de tiros no entorno do Colégio.

Enfim, é tempo de prudência, de sensatez e de muita sabedoria para que não nos deixemos levar pelo desespero e pela falta de esperança. Devemos nos imbuir desses sentimentos para ajudar alunos, famílias e funcionários a refletirem sobre a sociedade que, por missão, devemos ajudar a transformar.

Agradecemos a todos que têm manifestado solidariedade com a comunidade vicentina."

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