Rio - A 12 dias do fim, a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza causador da gripe atingiu apenas 30% da meta para o Estado do Rio de Janeiro. Foram vacinados 1,35 milhão dos 4,5 milhões estimados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) como o público-alvo.
Segundo o médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES, Alexandre Chieppe, a baixa procura se justifica porque muitas pessoas subestimam o perigo da doença. "Ainda há uma percepção geral de que a gripe é uma doença sem grandes complicações. Apesar de ser tratada como uma doença benigna, há registro de óbitos todo ano", afirma o especialista em saúde pública.
Até o dia 7 deste mês, foram confirmadas 24 mortes dos 263 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) notificados nos postos fluminenses em 2018. Sendo 15% dos óbitos ocasionados pelo vírus H3N2 variação do Influenza que está em alta circulação no estado até o momento.
"A cada ano um tipo de vírus surge com maior ou menor frequência, por isso é importante que os grupos em condição de vulnerabilidade se vacinem anualmente. Há um estudo elaborado para fazer a vacina de cada período", explica Chieppe.
Para o infectologista Edimilson Migowski, a proximidade das campanhas de vacinação para gripe e febre amarela pode ter causado confusão quanto às restrições de cada uma. "Não houve um período longo de interrupção entre as campanhas como é indicado. O imaginário da população pode estar confuso devido às restrições informadas na divulgação da vacina contra a febre amarela", declara.
Outro agravante é a chegada do inverno, em pouco mais de um mês. A estação é responsável pela multiplicação da gripe, uma vez que o resguardo em locais fechados ocorre frequentemente. "Por ser uma doença transmitida pelo ar, a gripe se torna ainda mais grave no inverno. O vírus aumenta seu tempo de vida útil por conta do clima ameno, e passa a circular em locais confinados, seja no carro, ônibus ou ambientes de trabalho", esclarece Migowski.
A despeito da falta de procura na rede pública de saúde, há pacientes sendo vacinados em hospitais particulares. As injeções custam de R$ 100 a R$ 200.