Posto de Saúde Oswaldo Cruz, na Rua Henrique Valadares, oferece a vacina e estava vazio ontem - Daniel Castelo Branco
Posto de Saúde Oswaldo Cruz, na Rua Henrique Valadares, oferece a vacina e estava vazio ontemDaniel Castelo Branco
Por O Dia

Rio - A 12 dias do fim, a 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza causador da gripe atingiu apenas 30% da meta para o Estado do Rio de Janeiro. Foram vacinados 1,35 milhão dos 4,5 milhões estimados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) como o público-alvo.

Segundo o médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES, Alexandre Chieppe, a baixa procura se justifica porque muitas pessoas subestimam o perigo da doença. "Ainda há uma percepção geral de que a gripe é uma doença sem grandes complicações. Apesar de ser tratada como uma doença benigna, há registro de óbitos todo ano", afirma o especialista em saúde pública.

Até o dia 7 deste mês, foram confirmadas 24 mortes dos 263 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) notificados nos postos fluminenses em 2018. Sendo 15% dos óbitos ocasionados pelo vírus H3N2 variação do Influenza que está em alta circulação no estado até o momento.

"A cada ano um tipo de vírus surge com maior ou menor frequência, por isso é importante que os grupos em condição de vulnerabilidade se vacinem anualmente. Há um estudo elaborado para fazer a vacina de cada período", explica Chieppe.

Para o infectologista Edimilson Migowski, a proximidade das campanhas de vacinação para gripe e febre amarela pode ter causado confusão quanto às restrições de cada uma. "Não houve um período longo de interrupção entre as campanhas como é indicado. O imaginário da população pode estar confuso devido às restrições informadas na divulgação da vacina contra a febre amarela", declara.

Outro agravante é a chegada do inverno, em pouco mais de um mês. A estação é responsável pela multiplicação da gripe, uma vez que o resguardo em locais fechados ocorre frequentemente. "Por ser uma doença transmitida pelo ar, a gripe se torna ainda mais grave no inverno. O vírus aumenta seu tempo de vida útil por conta do clima ameno, e passa a circular em locais confinados, seja no carro, ônibus ou ambientes de trabalho", esclarece Migowski.

A despeito da falta de procura na rede pública de saúde, há pacientes sendo vacinados em hospitais particulares. As injeções custam de R$ 100 a R$ 200.

Doses poderão ser dadas a todos
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A Secretaria de Estado de Saúde admite existir a possibilidade das doses remanescentes após o término da campanha serem abertas à população em geral, além do público-alvo. Ao todo 60 milhões de brasileiros formam o chamado público-alvo, que são os grupos com maior vulnerabilidade a contrair ou ter complicações da doença.
Gabriela Silva, por exemplo, fora ao Dia D da campanha, no sábado passado, para vacinar a filha que completou 6 anos um dia depois. Mas após tentar em dois pontos de vacinação da Zona Norte da capital, a professora de 33 anos não conseguiu vaciná-la. "Nos postos alegaram que a faixa etária do público-alvo infantil vai até 4 anos e 11 meses", contou Gabriela.
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Os professores das redes pública e privada, profissionais que têm contato com crianças e jovens de todas as idades, foram incluídos no conjunto de vulnerabilidade. De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas podem reduzir em até 75% as chances de morte.
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Quem deve tomar vacina nos postos
Durante a campanha, só o público-alvo pode tomar a vacina nos postos. São eles: gestantes, professores das redes pública e privada, mulheres em puerpério (período de até 45 dias após o parto), crianças entre 6 meses e menores de 5 anos, pessoas com mais de 60 anos, pacientes portadores de doenças crônicas, profissionais de saúde e indígenas.
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