Davi Ferreira elogia a mãe, Lenita:
Davi Ferreira elogia a mãe, Lenita: "É uma benção nos meus estudos", revela Divulgação
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Ano de vestibular para os estudantes é de muito estudo e também de cobranças. É grande a pressão, seja externa, entre amigos e na escola, ou interna, na própria família. O DIA ouviu especialistas, educadores e alunos que se preparam para encarar as provas do Enem. E eles deram preciosas dicas, atestando que apoio dos parentes é fundamental para lidar com as fortes emoções e enfrentar com equilíbrio e serenidade os desafios.

A terapeuta Valéria Ribeiro, especializada em terapia familiar e fundadora do Filhosofia, site para melhorar e cultivar relacionamentos harmoniosos entre pais e filhos, ensina que cobranças excessivas geram angústias e perturbação. E podem afetar negativamente no resultado final. "Os pais devem diminuir a cobrança, se colocar como alguém que quer ajudar, ser amigo e oferecer colo, se necessário", aconselha.

Para a psicóloga Jesseny Santos, o Enem é um momento de tensão, de escolhas profissionais, que obrigam os alunos a lidarem com muitas situações que podem interferir na preparação e na hora da prova. A ansiedade, o nervosismo e, sobretudo, o medo de não corresponder às expectativas povoam a mente dos jovens. "O ideal é que o apoio da família esteja presente desde o início da vida escolar. E, nesses momentos, ele é fundamental", explica.

Na opinião do diretor do Sistema de Ensino GPI, Jorge Neto, paciência é o segredo para a boa preparação em casa. "Os pais precisam mostrar que confiam no filho, que sabem do esforço dele e merece alcançar seu objetivo. Estar próximos, mas sem interferir nas escolhas. O estudante, por sua vez, deve entender que, caso não vá bem, existe sempre o outro ano. Um abraço dos pais vale muito", pondera.

A estudante do GPI-Ilha, Nicole Sant'Ana, 17 anos, sonha em ser psicóloga e diz que o apoio da mãe, Hilda, é essencial. "Me sinto mais forte e confiante. Minha família toda torce por mim", exalta Nicole. "Procuro passar incentivo e compreensão", resume Hilda.

Já Davi Ferreira, de 17 anos, acredita que a presença constante da mãe, Lenita, é "uma benção". "Ela puxa a orelha mas elogia na hora certa. E incentiva para o planejamento do futuro", conta. "As provas são física e mentalmente desafiadoras. Por isso, eles precisam de atenção especial", completa Lenita.

Palestras motivacionais podem fazer a diferença
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Com 15 anos de experiência, a consultora em Gestão Educacional da Diferencial Consult, Adriana Lucatelli, frisa que é preciso os familiares ajudarem o vestibulando não só a organizar uma rotina de estudos, bem como o próprio ambiente.
"Isso inclui lugar sossegado, limpo, confortável, silencioso, com boa iluminação e materiais necessários para o estudo. O jovem que tem um ambiente familiar positivo, tem melhores resultados nas notas", garante ela, lembrando que muitas escolas têm investido em palestras motivacionais e dinâmicas de grupo com estudantes e parentes juntos.
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Andrea Ramal, consultora e doutora em Educação pela PUC-Rio, ensina que os pais devem controlar própria ansiedade. "É para não transmitir nervosismo aos vestibulandos. Conscientizem os filhos de que as horas dedicadas aos estudos podem representar a chance de uma boa universidade e um bom emprego. Façam um calendário evitando, por exemplo, grandes almoços em dias de concentração e exercícios de redação ou matemática. Jamais façam ameaças sobre a possibilidade de os filhos não passarem no exame e recomendem muita leitura, filmes e debates", ensina.
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Atenção, alimentação e sono são os segredos para uma boa prova
A terapeuta Valéria Ribeiro lembra que cabem aos pais ficarem atentos com a alimentação balanceada e o sono dos filhos. "São fatores primordiais para que a mente e o corpo tenham energia e repouso suficientes para bons rendimentos", justifica. Outro item importante é ajudar o filho a estabelecer rotina diária, por escrito, de estudos e descanso.
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"É fundamental que o estudante tenha horários para o lazer e aprenda até a respirar corretamente, oxigenando o cérebro e reduzindo a ansiedade", comenta Valéria. A terapeuta alerta que os pais devem respeitar a forma como o filho estuda. "Se ele gosta de estudar com música, deixe. Se estuda melhor em lugares organizados e silenciosos, propicie isso. Se rende mais assistindo a vídeos explicativos pela internet, ok", exemplifica.
Nas conversas, os pais devem evitar impor profissões, citando parentes, e buscar outros assuntos que não sejam o vestibular. "Ele já vive isso 24 horas por dia", justifica Valéria, orientando que as qualidades, habilidades, competências e talentos do estudante, sejam sempre exaltadas, para o aumento da autoestima.
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Os pais, porém, devem redobrar a atenção se perceberem que o filho está muito ansioso, com insônia e angustiado. "Aí, vale a pena procurar um psicólogo, homeopata, terapeuta ou outro profissional. Muitos falham nos exames, não por falta de conhecimento do conteúdo, mas por fragilidade emocional. O importante é deixar claro para o filho que, independente de resultados, o amor que os pais sentem continuará o mesmo. A frase usada pelos próprio jovens, 'estamos juntos', define esse laço afetivo", finaliza.
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