PM fez a escolta de cinco caminhões-tanques para reabastecer o BRT, que chegou a parar por causa da greve - Vladimir Platonow / Agência Brasil
PM fez a escolta de cinco caminhões-tanques para reabastecer o BRT, que chegou a parar por causa da greveVladimir Platonow / Agência Brasil
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Rio - Criminosos transformaram parte das 22 estações do BRT entre o ramal Cesarão 1 e o terminal Campo Grande, na Zona Oeste, em "grandes lojas do tráfico de drogas". A violência impede o retorno do funcionamento normal do sistema, que no trecho atende a 30 mil passageiros, após a falta de combustível provocada pela greve dos caminhoneiros. Em coletiva ontem, o secretário de Casa Civil da Prefeitura do Rio, Paulo Messina, revelou que os bandidos teriam tomado pelo menos cinco estações, com ameaças a funcionários.

Messina disse que o serviço está sendo retomado, mas não plenamente. No trecho, por ordem do tráfico, os articulados não voltaram a circular regularmente. Segundo ele, a prefeitura acionou a Secretaria Estadual de Segurança (Seseg) para que garanta a retomada da operação normal.

"Ao ser questionado sobre o déficit no atendimento, o consórcio disse que todas essas estações foram tomadas pelo tráfico. Viraram quiosques, grandes lojas do tráfico de drogas. O poder público perdeu o controle. O BRT informou que não está conseguindo operar. Um grupo de trabalho foi criado para pedir socorro às Forças de Segurança", afirmou Messina.

Em nota, o BRT adiantou que a operação do corredor Transoeste naquela região só será retomada, integralmente, "quando as autoridades de Segurança Pública garantirem condições para o transporte de passageiros e o trabalho dos funcionários".

"O eixo Cesário de Melo há tempos sofre com a violência. Nos últimos três meses, os serviços foram interrompidos oito vezes (somando 37 horas) por causa de conflitos. O consórcio aguarda a liberação por parte das autoridades, para normalizar a operação", ressaltou a nota.

Também em nota, a Polícia Militar garantiu que policiais do 27º BPM (Santa Cruz) estiveram no trecho e encontraram as estações fechadas, "mas não confirmaram ocupações irregulares". "Hoje (ontem) não houve acionamento da PM", garantiu o documento, argumentando que convênio entre a corporação e o consórcio, através do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), garante atuação de policiais em locais indicados pela própria empresa. No final da tarde, a 35ª DP (Campo Grande) abriu procedimento para apurar as denúncias.

R$ 800 mil por mês em reparos
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Além da violência imposta por traficantes, que, armados de fuzis, expulsam e ameaçam funcionários e clientes do BRT, o sistema um dos principais legados da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos sofre diariamente também com atos de vandalismo. Como o ocorrido na noite de segunda-feira, em Madureira, na Zona Norte. Bandidos usaram granito para quebrar os vidros da bilheteria, por onde tentaram levar o computador da estação Madureira Manaceia, do corredor Transcarioca.
Levantamento recente do consórcio, mostrou que os gastos para a recuperação de estações Transoeste afetadas por vandalismo, são de aproximadamente R$ 800 mil por mês. Em dezembro, o modal ameaçou suspender as operações na Zona Oeste, onde se registra a maior parte de ocorrências.
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O vandalismo naquele corredor já foi denunciado pela empresa em ofícios à Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e à Polícia Militar. A destruição das estações a tiros, incêndios e a pedradas, causa prejuízo financeiro e aterroriza os passageiros. "Andamos num corredor polonês diariamente", lamentou passageira de 22 anos, numa rede social.
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