Comandante da Guarda Municipal de Volta Redonda, Paulo Dalboni, grava recado para
Comandante da Guarda Municipal de Volta Redonda, Paulo Dalboni, grava recado para "vagabundo que não gosta de seguir a lei" Reprodução
Por O Dia

Volta Redonda - Um vídeo que circula nas redes sociais gravado pelo comandante da Guarda Municipal de Volta Redonda, Paulo Dalboni, está causando mal-estar entre os próprios agentes e deixando a administração municipal em uma saia justa. De óculos escuros, em tom desafiador, e com uma música de fundo no estilo de filmes de 007, Dalboni manda 'um aviso', segundo ele, para bandidos da cidade do Sul do estado.

"A Guarda Municipal tem poder de polícia. Para você que é vagabundo e não gosta de seguir a Lei...vai um recado do comandante da Guarda Municipal de Volta Redonda...e de todas as guardas do Brasil: a guarda é polícia, caso você queira ou não, nós seguimos as lei. Nós temos as leis comigo (sic.), conosco. As leis é (sic.) para serem seguidas. Se você quer transformar este país numa baderna, você tá muito enganado", vocifera o comandante.

Confira:

 

Em seguida, ainda em tom de ameaça, Dalboni complementa: "Não bata de frente com a Guarda Municipal de Volta Redonda, porque se bater, o azar é seu". O vídeo, com menos de dois minutos, foi postado na segunda-feira e retirado do ar 40 minutos depois, tempo suficiente para ser baixado e espalhado na cidade.

Entre os guardas municipais a reação pelas declarações, foi de indignação. "Não estamos acreditando até agora nesta insanidade. Ele simplesmente está colocando os criminosos do município contra nós", lamentou um guarda. "Declarações irresponsáveis que só servem para acirrar ainda mais os ânimos no dia a dia da corporação sobretudo entre os agentes que atuam de madrugada", argumentou outro agente.

Pelo menos a metade dos 200 guardas municipais do município voltaram a portar arma de fogo em janeiro de 2015. A decisão, que divide opiniões, permite que os servidores utilizem revólveres 38 no interior de patrimônios públicos e nas ruas. Os integrantes da GMVR passaram por testes da Matriz Curricular Nacional, do Ministério da Justiça, mas somente a metade se mostrou apta a portar armas. Os guardas passaram, por exemplo, por avaliação psicotécnica, aplicada pela Polícia Federal, e por cursos teórico e prático de tiros. Foram três meses de treinamento.

Apesar dos elogios pela iniciativa, há também quem critique o armamento da corporação. "Todo mundo sabe do passado nebuloso da guarda armada, entre o final da década de 1980 e início de 1990, quando muita gente foi assassinada e desapareceu na cidade", comentou um internauta. O comando da corporação ainda não se pronunciou oficialmente sobre a polêmica.

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