Postado na internet, o vídeo que mostra as agressões registrou mais de 100 mil visualizações - Reprodução Vídeo
Postado na internet, o vídeo que mostra as agressões registrou mais de 100 mil visualizaçõesReprodução Vídeo
Por Bernardo Costa

Rio - A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pretende procurar nesta segunda-feira o jovem que aparece em um vídeo sendo agredido por militares do Exército, na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou a ser preso, mas a Defensoria Pública da União (DPU), ao tomar conhecimento do caso, solicitou a liberdade do jovem à Justiça Militar, que concedeu o alvará de soltura. O Ministério Público Militar (MPM) também está analisando as imagens, enviadas pelo DIA na tarde deste domingo. E vai abrir investigação.

Segundo consta no auto de prisão em flagrante encaminhado pelo Exército à DPU, o caso aconteceu na noite de quarta-feira, e o jovem teria recebido voz de prisão por suposto desacato. O vídeo, que mostra militares dando socos e chutes no jovem, viralizou nas redes sociais e foi examinado pelo Comando Militar do Leste (CML), que garantiu a autenticidade das imagens. Segundo o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do CML, "foi determinada a abertura de uma sindicância para aprofundar e esclarecer as circunstâncias e a dinâmica do ocorrido".

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) também pretende apurar as circunstância das agressões. "O caso ainda não chegou à comissão. Mas, amanhã (hoje), vamos procurar o jovem para tentar entender o que aconteceu. O primeiro relato que precisamos colher tem que ser o dele", informou o deputado.

Da mesma forma, o Ministério Público Militar também aguarda receber os autos do processo para dar início às investigações. "Em cima dos autos, vamos atuar para checar a veracidade dos fatos. Certamente iremos solicitar diligências, que envolvem perícia no vídeo e coleta de depoimentos. Mas, de forma preliminar, podemos concluir que, no mínimo, houve excesso durante a ação", disse o promotor Ailton José da Silva.

CANAL PARA DENÚNCIAS

A Defensoria Pública da União (DPU) também está acompanhando o caso. E mantém, na internet, um canal para denúncias anônimas sobre violação de direitos durante a intervenção federal na segurança pública do Rio, que teve início no dia 16 de fevereiro. O formulário está disponível no site oficial do órgão, no link www.dpu.def.br/pesquisas/361892#.

Vídeo que mostra agressões viraliza nas redes sociais
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O vídeo com as imagens das agressões circula na internet e, até a noite de ontem, já contava com mais de 100 mil visualizações. Nele, é possível ver um grupo de militares imobilizando o jovem, ao mesmo tempo em que o agridem com socos e pontapés. Em volta, os moradores gritam, na tentativa de interromper a ação.
"Solta ele, moço! Vai matar ele!", alerta uma mulher.
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Nervosos, os agentes do Exército também gritam. "Ele desacatou a autoridade e bateu no meu soldado. Sai daqui! Sai daqui!", ordena um militar, em direção à pessoa que gravava o vídeo.
Desde o início de junho, militares das Forças Armadas têm atuado em operações na Cidade de Deus em apoio às polícias estaduais. Os militares realizam ações de patrulhamento, cerco e retirada de barricadas do tráfico.
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