Rio - O prefeito Marcelo Crivella se pronunciou, nesta segunda-feira, sobre um áudio gravado em uma reunião fora da agenda com pastores e fieis evangélicos no Palácio da Cidade, na última quarta-feira, onde Crivella é ouvido oferecendo facilidades para cirurgias de catarata e varizes, soluções para problemas de IPTU dos templos e instalação de pontos de ônibus perto de igrejas. A gravação foi publicada pelo jornal O Globo.
"A Márcia trabalha comigo há 20 anos, anda comigo nas comunidades, é assistente social. Sempre que há casos em que as pessoas têm um problema, eu recomendo que a pessoas falem com ela. Mas nunca houve furar fila. Disse para procurar a Márcia exatamente para ter informações de como se inscrever no Sisreg", justificou o prefeito, disse o prefeito em entrevista ao SBT Rio.
Sobre a implementação de novos pontos de ônibus, Crivella afirmou ter conversado sobre o que era relevante para aquelas pessoas. "Estava falando com pastores, que representam grupos de evangélicos, e eu queria servir a eles. Se eu tivesse falando com pessoal de comunidade, eu teria falado de esgoto, teria falado de acesso a água, novas clínicas de família, urbanismo. Mas estava falando com pastores, pessoas que estavam representando muitas outras. E por isso meu discurso foi aquele", explicou.
Por conta da gravação, os parlamentares do Psol apresentaram uma representação no Ministério Público do Estado (MP-RJ) contra o prefeito do Rio por improbidade administrativa. "É necessário que o Ministério Público se posicione sobre aquela absurda reunião do Marcelo Crivella que, de forma flagrante, cometeu crime eleitoral ao fazer campanha em um espaço público antes da hora, como também ofereceu vantagens para que pessoas pudessem furar a fila do sistema de regulação e ter acesso a cirurgias antes da hora", afirmou o vereador Tarcísio Motta, líder da bancada do Psol na Câmara Municipal.