Cesar Benjamin disse que saída do cargo foi feita pelas suas costas - Sandro Vox / Arquivo / Agência O Dia
Cesar Benjamin disse que saída do cargo foi feita pelas suas costasSandro Vox / Arquivo / Agência O Dia
Por WILSON AQUINO

Rio - Ao ler sua exoneração no Diário Oficial desta quarta-feira, Cesar Benjamin, então secretário municipal de Educação do Rio, afirmou que foi vítima de conspiração, articulada por uma de suas principais colaboradoras: sua chefe de gabinete, a professora Talma Romero Suane, nomeada pelo prefeito como nova secretária.

"Toda a articulação para a minha saída foi feita pelas minhas costas. Não recebi sequer um telefonema. O prefeito agradeceu desta maneira a minha dedicação à causa da educação", escreveu Benjamin, em sua página no Faceebok, que acusou a substituta de traição.

"Ontem (terça), quando eu estava em agenda externa, Talma me mandou uma mensagem, dizendo que não estava se sentindo bem e iria para casa. Quando retornei à SME já não a encontrei. Ela já sabia que havia conseguido a nomeação, mas não teve coragem de olhar nos meus olhos. Sua gestão nasce sob o signo da traição", postou o ex-secretário.

A prefeitura não se manifestou sobre a demissão de Benjamin. Procurada pelo DIA, a nova secretária não quis contestar as acusações do antecessor. O único integrante do governo a se pronunciar sobre a mudança na pasta da Educação foi o secretário da Casa Civil e desafeto declarado de Benjamin, Paulo Messina. Ele fez questão de tecer elogios à nova secretária.

"Talma é uma professora de carreira da rede municipal e certamente dará continuidade ao que havia de bom nos projetos da SME, assim como tem capacidade de implementar muitos outros grandes vindouros". Com relação a Benjamin, Messina evitou citar o nome do inimigo político. "No mais, quanto ao que passou, há coisas que melhor se dizem calando".

Cesar Benjamin foi um dos primeiros nomes anunciados na gestão de Marcelo Crivella. Durante o tempo em que esteve à frente da Secretaria de Educação enfrentou a Polícia Militar por causa das operações que sempre resultavam em tiroteios nas imediações das escolas públicas.

Sua substituta na pasta, a professora Talma Suane é servidora concursada, com 34 anos de carreira. Durante 25 anos exerceu a função de diretora nas escolas municipais Alcide de Gasperi, em Higienópolis, e República do Peru, no Méier.

A exoneração acontece um dia após o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, permanecer no cargo. Antes, ele tinha anunciado que deixaria a função. Messina e César Benjamin tiveram uma série de divergências ao longo dos últimos dois meses.

Veja a publicação de Cesar Benjamin na íntegra. 

Vereadores discutem impeachment de Crivella

Vereadores da oposição conseguiram reunir nesta terça-feira as 17 assinaturas necessárias para a convocação da Câmara do Rio no meio do recesso. O objetivo é debater as denúncias de crime de responsabilidade e improbidade apresentadas contra o prefeito Marcelo Crivella após a reunião em que ele teria oferecido facilidades a evangélicos. Uma sessão extraordinária acontece na quinta-feira, às 14h, quando a Casa deve decidir em votação pela abertura ou não do processo de impeachment.

Parlamentares de oito partidos assinaram o requerimento. Para que a sessão seja realizada, é exigida a presença de pelo menos 17 vereadores (um terço). E para que as denúncias sejam acolhidas, dando início ao processo que avaliaria se Crivella deve ou não ser impedido, são necessários 34 votos (dois terços).

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