Rio - O médico Denis Cesar Barros Furtado, que está sendo procurado pela polícia após ter a prisão decretada pela morte de Lilian Calixto, após a realização de um procedimento estético irregular, tem várias passagens pela polícia, uma delas por homicídio.
Sua primeira passagem pela polícia foi em 1997, acusado de homicídio. Seis anos depois, em 2003, ele foi preso por porte ilegal de armas. No mesmo ano, ele foi detido por crime contra a ordem pública. Em 2006, novamente, ele teve outra anotação por resistência à prisão. Em 2007, Denis novamente foi preso por resistência, violação de domicílio e exercício arbitrário de próprias razões (ele invadiu uma casa e agrediu o morador por conta de uma dívida).
A mãe de Denis, Maria de Fátima Barros Furtado, mas teve o seu registro cassado no Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) em 2015. O motivo da cassação ainda é desconhecida. A polícia apreendeu o veículo em que o médico e Renata fizeram o socorro de Lilian e um segundo carro onde havia medicamentos usados nos procedimentos.
Testemunha chave presta depoimento
Uma testemunha chave do caso deverá prestar depoimento ainda hoje, na 16ª DP (Barra da Tijuca). A mulher, que é de Goiânia, em Goiás, foi vítima do grupo. Em maio deste ano, ao desembarcar no Rio, ela ficou sabendo que não iria fazer o preenchimento na clínica do Shopping Downtown e sim na cobertura do médico, no Condomínio Santa Mônica, no Recreio dos Bandeirantes.
Temendo possíveis riscos, a mulher se negou em ir ao local e exigiu o dinheiro, mais de R$ 20 mil, de volta. No entanto, o bando se negou a devolver, segundo a Polícia Civil. No mesmo dia, a vítima procurou a delegacia da área para fazer um boletim de ocorrência, sobre o caso. Desde então a distrital começou a investigar o médico.
Prisão temporária
Com prisão temporária de 30 dias decretada, o médico Denis Barros Furtado já é considerado foragido da Justiça do Rio. A prisão foi decretada pelo juiz Paulo Cesar Vieira de Carvalho Filho, da 1ª Vara Criminal da Capital, que também decretou a prisão temporária de Maria de Fátima Furtado, mãe de Denis. Ambos estão foragidos.
O juiz negou, no entanto, os pedidos de prisão temporária para Rosilane Pereira da Silva, empregada doméstica do médico, e a namorada dele, Renata Fernandes, que trabalhava como secretária, e participaram do procedimento. Renata está detida na 16ª DP.
Na decisão, o magistrado destacou que os depoimentos de testemunhas e as provas apresentadas até agora no inquérito são suficientes para decretar as prisões do médico e da mãe dele.
“Observa-se a necessidade inafastável da custódia cautelar, pelo prazo de 30 dias, vez que imprescindível para as diligências do inquérito policial, posto que a liberdade do indiciado compromete sobremodo a regular colheita da prova, além de configurar induvidoso risco de fuga”, disse o juiz. Os quatro foram indiciados por homicídio doloso qualificado e associação criminosa.
O comunicado do Poder Judiciário ressalta, ainda, que, de acordo com o inquérito, após a confirmação da morte de Lilian, um policial civil foi a um shopping na região para localizar Denis. Ele fugiu de carro assim que o policial se identificou. O documento também diz que a mãe, Maria de Fátima, teve o registro de médica cassada e é dona da clínica onde Denis atendia.
Em seu site, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) lamentou a morte da paciente e afirmou que Denis Barros Furtado não tem formação em cirurgia plástica e realizou o procedimento em sua residência, o que é proibido.
A SBCP disponibiliza em seu site, Facebook, e-mail ou telefone, uma consulta para saber se o médico é ou não credenciado para fazer uma cirurgia plástica.