'Paty Bumbum'  - Reprodução TV Globo
'Paty Bumbum' Reprodução TV Globo
Por O Dia

Rio - Uma operação da Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira, Patrícia Silva dos Santos, a Paty Bumbum. A ação, batizada de "Operação Bumbum", busca cumprir cinco mandados de prisão temporária e  cinco de busca e apreensão. Além de Paty Bumbum, Horana Hindara Lima Diniz também foi presa. Outras três mulheres não foram localizadas e são consideradas foragidas: Valéria dos Santos Reis, de 54 anos, Thaíza Pimentel Esteves e Márcia Pimentel Esteves.

Apontada como sócia de Paty, Valéria é investigada pela morte da modelo Mayara Silva dos Santos, 24, após um procedimento estético no último dia 20.

Paty Bumbum responde por exercer a profissão de médica ilegalmente. Ela foi presa em sua casa em Curicica, na Zona Oeste. Os policiais também estiveram na casa de Valéria em Vargem Pequena, mas ela não foi encontrada. As prisões se baseiam em depoimentos de pelo menos duas testemunhas que afirmam terem sido atendidas por Paty e Valéria.

"Ouvimos duas testemunhas que afirmam categoricamente que foram vítimas tanto da Patrícia quanto da Valéria, que as duas fizeram preenchimento nos glúteos das vítimas. Elas desenvolveram trombose em virtude do produto aplicado. Elas afirmam que foram a Patricia e Valéria, que ambas eram sócias", disse o delegado Eduardo Freitas, da 42ª DP (Recreio), responsável pela operação, ao Bom Dia Rio, da TV Globo, que divulgou inicialmente a ação da polícia. Seis equipes de agentes da 42ª DP buscam cumprir os mandados contra os investigados. As prisões são temporárias, válidas por 30 dias. 

Essas vítimas também relataram, conforme O DIA mostrou, que Paty Bumbum teria sido responsável pela morte de uma outra mulher. Ela é investigada por organização criminosa e também uma eventual participação na morte de Mayara dos Santos.

Em relato ao DIA, uma das vítimas da falsa médica contou que atualmente faz tratamento médico para corrigir a aplicação de silicone industrial que Patrícia fez em 2015. "Fiz uma bioplastia com ela (Paty Bumbum) e, no dia do procedimento, a casa dela estava em obra. A substância foi aplicada nos meus glúteos e quadril. De um tempo para cá, comecei a sentir dores e fiquei preocupada com que tipo de substância ela havia utilizado", declarou a dona de casa Fabiane de Jesus, 36 anos.

Segundo Fabiane, no dia seguinte à aplicação, um líquido "estranho" começou a sair de seus glúteos. A vítima também esclareceu que procurou o local sem o conhecimento da família e contou como conheceu a falsa médica. "Conheci ela através de amigas, e que pelo menos quatro pessoas que conheço fizeram esse mesmo procedimento com ela. Quando fiz não contei para minha família por vergonha. Hoje vejo que naquela época não tinha necessidade de ter feito aquilo. Foi uma loucura e, agora, sofro as consequências. Jamais aplicaria aquilo novamente". Ela também relatou que procurou a polícia após ver a repercussão do caso. "Me surpreendi ao vê-la na televisão".

Rafaela Fernandes, 29 anos, foi mais uma vítima de Paty Bumbum. A auxiliar de escritório teve trombose após fazer uma glúteoplastia. "No ano passado meu joelho começou a inchar e ninguém descobria o que estava ocasionando isso. Fui a vários hospitais e só após diversos exames um médico descobriu que estava com trombose, ocasionada pelo material aplicado no bumbum e, que escorreu. Sempre ligava para a Valéria (mulher apontada como ajudante da Paty Bumbum) e relatava as dores, mas ela falava que era normal e me mandava tomar anti-inflamatório", lembra.

Por conta do procedimento, Rafaela chegou a ficar um mês internada para tentar drenar o produto. "Desenvolvi depressão e pressão alta por conta disso e terei que tomar remédios para sempre". Ambas as vítimas pagaram R$ 3 mil pelo procedimento.

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