PM e moradores observam os pães e a bicicleta do porteiro em Triagem - Reprodução Twitter
PM e moradores observam os pães e a bicicleta do porteiro em TriagemReprodução Twitter
Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - "Meu pai não era bandido". O desabafo é de Janaína Araújo Rodrigues Barros, de 38 anos, que acabou de perder o pai, o porteiro Nelson Farias Barros, de 62 anos, baleado quando voltava da padaria de bicicleta, no bairro Carioca, em Triagem, na manhã desta segunda-feira. O caso aconteceu por volta das 8h e os pães que ele tinha acabado de comprar ficaram jogados no chão ao lado do corpo da vítima. Segundo Janaína, teve troca de tiros entre bandidos e policiais que estavam em um caveirão na localidade. Um PM também foi baleado e a corporação nega que tenha revidado os disparos. 

"É tiroteio todo dia. Já colocaram arma na minha cara e na do meu marido. Morador tem que entrar de carro piscando o farol. Isso aqui está horrível. É bandido demais e a polícia entra toda toda hora", contou ela, que mora numa rua perto de onde o pai morava.

De acordo com Janaína, Nelson não tinha costume de ir à padaria, mas que hoje decidiu ir. Segundo ela, quando ele saiu já não havia mais tiroteio. "Sou filha única, mas meu pai, criava quatro sobrinhos. Além deles, agora também meu pai deixou a minha mãe. Toda a renda da família era dele. Ele vai virar um número, mas não vamos deixar isso impune", disse Janaína.

O DIA entrou em contato com a Polícia Militar, que informou que o 3º BPM (Méier) realizava uma operação para combater práticas criminosas no Condomínio Morar Carioca e que os policiais foram recebidos a tiros, mas não revidaram. O policial Wallace F. Dutra, de 30 anos, foi baleado e socorrido para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier. A área do crime foi preservada para o trabalho da perícia da Polícia Civil, disse a corporação.

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