Rio - A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira, uma operação de combate a pedofilia e abusos sexuais contra crianças e adolescentes, na Baixada Fluminense. A ação, batizada de Haziel (anjo protetor das crianças), busca cumprir 29 mandados de busca e apreensão. Até o momento, oito pessoas foram presas.
A Polícia Civil vai atuar nos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nova Iguaçu e Seropédica. Será feita uma análise em dispositivos eletrônicos nos próprios locais onde serão realizadas as buscas e, caso os agentes encontrem conteúdo de pedofilia, os responsáveis pelos aparelhos serão presos em flagrante e os arquivos serão apreendidos.
As investigações duraram cinco meses, decorrente de várias denúncias de abusos sexuais praticado em Caxias. Vinte e nove alvos foram identificados. Segundo a polícia, são pessoas comuns, que moram na Baixada, e que fazem por contra própria os vídeos dentro de suas residências e, a partir dai, vendem o material.
Os investigadores usaram recursos de informática para rastrear a navegação dos pedófilos na internet. Ao longo das investigações, fotos e vídeos com crianças foram encontradas, inclusive, vídeos envolvendo sexo com bebês.
Segundo a delegada Fernanda Fernandes, titular da Delegacia da Mulher (DEAM) de Caxias, os criminosos conhecem as crianças, começam a ganhar convivência com elas e começam a fazer a produção do material. Normalmente, são pessoas ligadas à família das vítimas.
"Os criminosos tem inúmeros perfis: trabalham, têm filhos, sobrinhos. A pedofilia não tem cara. O pedófilo pode estar perto de você e você não imagina", disse.
Entre os presos, há um funcionário de supermercado e um policial militar reformado, identificado como José Carlos Nascimento, que foi preso em flagrante após exames feitos pelos agentes em seu computador. Segundo a polícia, ele baixava constantemente vídeos de pedofilia.
Alguns criminosos tinham até mil vídeos armazenados em dispositivos eletrônicos. Alguns alvos da operação fazem parte da rede internacional de pedofilia e vendem esse material no mercado clandestino por preços altíssimos. Um dos usuários possuía um computador com mais de 150 mil vídeos nesta rede.
Os presos podem responder por armazenamento, produção ou disponibilização dos conteúdos de pedofilia, podendo ter pena de até oito anos de cadeia.