Rio - A Defesa Civil informou que mantém interditado o prédio do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, após o incêndio ocorrido na noite deste domingo. Segundo o órgão, uma nova vistoria foi feita no local na manhã desta segunda-feira e os técnicos verificaram que, internamente, existe um grande risco de desabamento, que pode ocorrer com a queda de trechos remanescentes de laje, parte do telhado que caiu e paredes divisórias do prédio.
Já na área externa, de acordo com a Defesa Civil, devido à espessura das fachadas, não há risco iminente. Entretanto, foram constatados problemas pontuais, como queda de revestimento, adornos e materiais decorativos (estátuas) fazendo com que a área de projeção das fachadas também permaneça isolada.
Mais cedo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Rodadey disse que as fachadas do museu não correm o risco de desabar. Ainda há pequenos focos de fogo na parte interna, que ainda pode cair, como assoalhos e pisos. O trabalho de rescaldo deve durar toda a semana.
Meteoritos foram recuperados e não foram afetados pelo fogo, já que são resistentes a altas temperaturas. Peças de arqueologia também foram encontradas praticamente intactas e estão sendo levadas para a área onde fica o chafariz.
Nesta manhã, muitos estudiosos choram e lamentam ao ver o cenário da destruição do Museu Nacional. A pesquisadora e professora de História Regina Dantas é uma delas, que trabalha como historiadora desde 1994. Ela se emocionou e mal conseguia falar sobre a tragédia.
"Nós vamos recuperar esse palácio, mas o acervo que estava aqui dentro é irrecuperável. Vocês veem lá em cima as deusas, representando o espaço das musas, que é o museu, elas estão intactas. Para dar força para a nossa população tão sofrida com a história, com as ciências, nesse momento...vocês desculpem, mas não sei o que dizer, parece um pesadelo. Eu dormi, pensando que era um pesadelo, que eu ia acordar", disse aos prantos, tentando enumerar as perdas.