Área na Av. Marques do Paraná está abandonada desde 2015. Secretaria de Obras investiu R$ 3 milhões. Obra está parada, à espera de recursos - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Área na Av. Marques do Paraná está abandonada desde 2015. Secretaria de Obras investiu R$ 3 milhões. Obra está parada, à espera de recursosMarcio Mercante / Agencia O Dia
Por GUSTAVO RIBEIRO

RIO - Onde a população deveria ter um laboratório para fazer exames de imagem gratuitamente, restam um alicerce inacabado e mato. O segundo Centro de Diagnóstico por Imagem do Estado (Rio Imagem 2) começou a ser construído em março de 2014, em Niterói. Quase R$ 2,4 milhões foram gastos com a implosão do antigo hospital que existia no local. A previsão de inauguração era dezembro daquele ano. Mas a obra foi interrompida seguidas vezes e continua parada desde 2016, sem prazo.

Enquanto isso, os pacientes sofrem para agendar exames no Rio Imagem do Centro do Rio ou precisam fazer longos deslocamentos. "Às vezes, eu não consigo vir e fica difícil pedir para alguém buscar o exame. Fiquei uma hora esperando o resultado do raio-x da mão e do pé, depois de um tombo. A localização mais próxima ajudaria", diz a cuidadora de idosos Fátima Oliveira Inácio, 70 anos, de São Gonçalo.

A aposentada Maria de Lourdes Lopes da Silva, 86, de Cabo Frio, foi atropelada, quebrou o fêmur e não está conseguindo raio-x. Por causa das dores, ela anda com uma bengala. "Cheguei ontem (segunda-feira) ao Rio e fiquei na casa da minha filha. Hoje (terça), vim fazer o exame e a máquina estava quebrada. Isso é um absurdo. Depois me pediram para ligar daqui a 15 dias para ver se estará funcionando".

No terreno onde seria o Rio Imagem 2, na Avenida Marquês do Paraná, ficava o Hospital Santa Mônica, implodido em 2012. Seriam oferecidos ressonância magnética, mamografia, tomografia, ultrassonografia, ecocardiograma e radiografia. Segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), R$ 2,39 milhões foram gastos na implosão. Era previsto investimento de R$ 23 milhões para a construção. De acordo com a Secretaria Estadual de Obras, um investimento de R$ 3 milhões permitiu a execução de 12,94% da obra. Agora, a entidade aguarda a liberação de recursos para dar continuidade à construção.

Segundo o Conselho Regional de Técnicos em Radiologia, a unidade do Rio está sobrecarregada. "Na rede pública da capital, só temos ressonância no Rio Imagem e a do Instituto do Cérebro voltou a funcionar semana passada. E tem uma no Inca. A demanda dos municípios vai para o Rio Imagem. Esse exame custa de R$ 400 a R$ 900", afirmou o presidente do conselho, Marcello Carlos de Souza. Em 2015, o então secretário de Saúde, Felipe Peixoto, prometeu que o Rio Imagem 2 acabaria a fila para exames de imagem.

A Defensoria Pública vem cobrando explicações do governo sobre a obra. "Fizemos um ofício em março e demos prazo de 45 dias, mas não tivemos resposta. O governo começou a fazer a obra sem analisar se teria condições de terminar, desperdiçou dinheiro. Agora, para concluir, sai muito mais caro", afirmou Raphaela Jahara, coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria Pública.

Equipamento novo sem funcionar

Em vistoria de agosto, a Defensoria Pública encontrou equipamentos em caixas no Rio Imagem: um Pet Scan, que pode diagnosticar câncer em fase inicial e também é tomógrafo, e outro de ressonância magnética. Os equipamentos nunca usados devido aos custos de instalação. Eles foram comprados em 2013. O Pet Scan custou R$ 3,6 milhões. Três aparelhos de ressonância foram adquiridos por R$ 8,9 milhões. A situação foi revelada pela TV Globo.

A Defensoria quer que eles sejam utilizados em alguma unidade de saúde. O Rio só tem um Pet Scan, na rede federal, no Inca. "É uma irresponsabilidade do gestor que adquiriu equipamentos caros sem verificar as condições de instalação, que poderiam salvar vidas", afirmou Jahara.

A Secretaria de Saúde ressaltou que a prioridade para uso de recursos tem sido a manutenção da rede já existente e que as obras do Rio Imagem 2 estão sendo reavaliadas de acordo com disponibilidade de verba. Sobre Pet Scan, esclareceu que o orçamento para completar a obra de instalação era inviável e que determinou nova tomada de preços à direção do Rio Imagem. Quanto aos aparelhos de ressonância, um está em funcionamento no Rio Imagem, outro em fase de manutenção e o terceiro poderá ser instalado no interior. Há ainda outro aparelho de ressonância no Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, que atende a região.

Equipamento novo sem funcionar
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Em vistoria de agosto, a Defensoria Pública encontrou equipamentos em caixas no Rio Imagem: um Pet Scan, que pode diagnosticar câncer em fase inicial e também é tomógrafo, e outro de ressonância magnética. Os equipamentos nunca usados devido aos custos de instalação. Eles foram comprados em 2013. O Pet Scan custou R$ 3,6 milhões. Três aparelhos de ressonância foram adquiridos por R$ 8,9 milhões. A situação foi revelada pela TV Globo.
A Defensoria quer que eles sejam utilizados em alguma unidade de saúde. O Rio só tem um Pet Scan, na rede federal, no Inca. "É uma irresponsabilidade do gestor que adquiriu equipamentos caros sem verificar as condições de instalação, que poderiam salvar vidas", afirmou Jahara.
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A Secretaria de Saúde ressaltou que a prioridade para uso de recursos tem sido a manutenção da rede já existente e que as obras do Rio Imagem 2 estão sendo reavaliadas de acordo com disponibilidade de verba. Sobre Pet Scan, esclareceu que o orçamento para completar a obra de instalação era inviável e que determinou nova tomada de preços à direção do Rio Imagem. Quanto aos aparelhos de ressonância, um está em funcionamento no Rio Imagem, outro em fase de manutenção e o terceiro poderá ser instalado no interior. Há ainda outro aparelho de ressonância no Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, que atende a região.
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