Vítimas morreram no local - Reprodução / Internet
Vítimas morreram no localReprodução / Internet
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A Polícia Civil já tem as imagens do carro que atropelou e matou uma idosa e duas crianças, na noite da última quinta-feira, na Estrada do Catonho, em Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Um radar eletrônico da via também servirá para ajudar na identificação do motorista que dirigia o carro no momento da tragédia.

Investigadores da 33ª DP (Realengo), que apuram o caso, trabalham com duas hipóteses para o crime. A primeira é que o condutor seja um criminoso fugindo em um carro roubado ou até mesmo fugindo de outros criminosos. A segunda linha de investigação é de que o motorista foi imprudente: como estava em alta velocidade, não teria percebido que os três atravessavam a rua e, assustado, fugiu do local abandonando as vítimas.

“Ele (o motorista) podia ter socorrido eles. Eu não sei o que será daqui para frente”, desabafa Cristiano Coelho, 30 anos, pais de Raphael e Kaio. Os pequenos iriam para a casa do pai, que é separado da mãe, nesta sexta-feira. “Eles iriam lá (em Olinda, Nilópolis) hoje”, lembra aos prantos. Coelho só acreditou na tragédia após chegar ao local e ver os três já mortos.

O marido de Miriam, o aposentado Sidnei Vieira dos Passos, 64, ao chegar no local do acidente passou mal e desmaiou. “Está sendo doloroso. Ele fez aquilo e não assumiu a responsabilidade”, diz.

Segundo Passos, pelo local ter um alto índice de acidente, ele pediu para que a esposa não levasse as crianças. “Ainda falei com ela, deixa eles, pois a gente que tem mais de sessenta anos não tem como correr atrás das crianças. O cara cortando todo mundo acabou pegando todos os três”, lembra o idoso, que passou o dia inteiro no Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande tratando da liberação dos corpos.

Por ser órfã de pai, Thamires Batista Moura da Silva, 27, mãe das crianças, está recebendo o apoio do ex-marido. “Não desejo o que estou sentindo nem para o meu pior inimigo. Ele acabou com a minha família. Acabou com a família da Thamires. Vai ficar sozinha (sem a mãe, sem o pai e sem os dois filhos). Vou ficar ao lado dela para ampará-la”, disse.

Área conflagrada

Próximo do local do acidente fica o Morro do Jordão, localidade que é controlada atualmente pela milícia. No entanto, naquela região há uma intensa disputa entre bandidos e milicianos para o controle da comunidade.

A Polícia Civil tenta agora descobrir se algum bandado ou miliciano em fuga teria sido o responsável pela morte da avó e dos dois netos.

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