Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) aceitou denúncia do Ministério Público contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, por improbidade administrativa. A investigação é sobre um encontro do prefeito, fora da agenda, com lideranças evangélicas no Palácio da Cidade, no início de julho. No evento, Crivella foi gravado oferecendo facilidades para cirurgias de catarata e varizes, soluções para problemas de IPTU dos templos evangélicos e instalação de pontos de ônibus perto de igrejas.
Com a decisão da Justiça, o prefeito virou réu no processo e caso seja condenado, pode perder os direitos políticos. Em nota, a Prefeitura do Rio informa que a decisão da 7ª Vara de Fazenda Pública configura um rito processual comum, que será respondido no prazo legal.
"O prefeito Marcelo Crivella recebeu com tranquilidade a notícia. E tem a convicção de que a Justiça só vai comprovar mais um equívoco jornalístico. Aliás, erro grave, que manipulou a opinião pública e atentou contra a democracia", disse a nota.
A decisão foi tomada na última quarta-feira (12), pelo juiz Eduardo Klausner, da 7ª Vara de Fazenda Pública do Rio.
No dia 12 de julho, o Ministério Público (MP) do Rio entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. De acordo com o MP, o prefeito "extrapolou os limites do razoável" e violou o estado laico ao promover o encontro em espaço público com líderes religiosos. A ACP é da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania e teve início com um inquérito com a denúncia de um "censo" que teria sido realizado na Guarda Municipal, sendo adicionadas outras denúncias de "desrespeito à liberdade religiosa e à laicidade do Estado no âmbito do Município", todas apontadas no documento.
"O MP começou a receber notificações sobre o Marcelo Crivella e sua conduta desde agosto de 2017. Vários atos vem sendo unidos em inquéritos", declarou na época a promotora Gláucia Santana.