Portal dos Procurados pede ajuda para esclarecer o crime, que aconteceu neste sábado, na Cidade de Deus - Divulgação
Portal dos Procurados pede ajuda para esclarecer o crime, que aconteceu neste sábado, na Cidade de DeusDivulgação
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Um suspeito de ter matado avó e duas netas na madrugada de sábado, na Cidade de Deus, na Zona Oeste, foi pego por traficantes na comunidade na tarde deste sábado. Por ter ferimentos no corpo, os criminosos achavam que ele teria participado e sido ferido durante uma luta corporal com dona Maria Luzia. Após passar um "tribunal", o homem conseguiu "provar" que não tinha ligação e mostrou que os ferimentos eram antigos. Só então, após ficar horas amarrado, foi liberado pelos bandidos.

Maria Luzia da Silva, de 69 anos, Ana Clara da Silva Castro, 7, e Ana Carolina da Silva Castro, 5, foram encontradas mortas a facadas dentro de casa, na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, no fim da manhã de sábado.

Esse fato aconteceu após moradores da comunidade criarem nas redes sociais um grupo para tentar encontrar quem matou avó e netas. Em outro episódio no sábado, após descobrirem que um homem estaria internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, com ferimentos, moradores da CDD foram até lá. No entanto, ao falarem com funcionários, descobriram que a informação era falsa.

O DIA procurou a Polícia Civil para que a instituição informasse se está ou não ciente do grupo criado pelos criminosos. A assessoria de imprensa limitou-se a dizer que "as investigações estão em andamento e que não há outros detalhes para divulgar".

Perplexos com a brutalidade, dois filhos de dona Maria estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do Centro, para liberar os corpos. Abalados, eles não quiseram falar com a imprensa.

O marceneiro Cleiton Santos, de 26 anos, primo do pai das crianças, acompanhou a liberação dos corpos e acredita que o crime foi planejado. “Ele (o assassino) esperou todo o comércio fechar e pode ter praticado o crime durante uma explosão de fogos de artifício na comunidade, que aconteceu naquela madrugada”, diz. Segundo o jovem, os vizinhos contaram não ter ouvido nada de anormal na casa de Maria. “Não conseguimos entender o motivo de nenhum vizinho ter escutado gritos de dor e desespero e barulhos de luta corporal. O cenário que encontramos na casa de minha tia dava sinais de que houve luta corporal. Encontramos sangue em várias paredes da casa. Mas só a polícia que dirá o que realmente aconteceu e quem cometeu essa brutalidade”, completa Cleiton Santos.

Durante a liberação dos corpos, um dos cinco filhos da aposentada — que não quis se identificar — desmentiu algumas informações que estão nas redes sociais.

“Existem muitas coisas que estão saindo e que não existem. Já disseram que o marido de minha mãe pode ter feito isso. Falaram que o atual marido da mãe das crianças pode ter feito isso e até que o pai das meninas pode ter feito isso. São hipóteses falsas. Ainda não se sabe de nada. Precisamos esperar a polícia investigar. Não podemos aceitar essas mentiras” contou o homem.

“Minha mãe sempre trabalhou como diarista e se aposentou. Somos cinco filhos e ela tinha 15 netos. Estamos todos abalados e chocados com o que aconteceu”, contou.

Os pais das crianças mortas não aceitam o crime. A mãe está a base de remédios e o pai está sendo amparado por parentes.

Durante a manhã deste domingo os corpos passaram por autópsia no IML. O sepultamento deverá acontecer nesta segunda-feira no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, próximo da Cidade de Deus.

Você pode gostar