Rio - As atrações são tão alegres quanto os pequenos que correm fascinados pelo parque, pulando de um brinquedo para o outro, sem querer saber de tempo para descansar. Prestes a completar 52 anos no mesmo lugar, aos pés da Igreja de Nossa Senhora da Penha, o Parque Shanghai, preserva os brinquedos e o espírito lúdico de um tempo onde a infância parecia ser mais feliz. No mês de outubro, a festa da Penha dá um incremento no movimento do parque. É uma dos principais festejos da Zona Norte (veja a programação).
O brinquedo mais radical é um modelo antigo da Enterprise, a nave espacial em forma de roda que vai girando e alçando voo até atingir incríveis quatro metros de altura, com uma inclinação de 75%. O que, convenhamos, é uma jornada fantástica para o pequeno ser humano (em média 1,20m) que nunca foi tão longe no espaço.
"Este Enterprise foi feito exclusivamente para o Shanghai, pela extinta Fábrica Fionda, de São Paulo, que foi a maior fabricante de brinquedos para parques do Brasil", conta o gerente Fabiano Araújo, 30 anos, há cinco no parque. "O segredo é unir pais e filhos nos mesmos brinquedos", acrescenta.
O gerente conta que o Shanghai surgiu com esse nome há quase 90 anos. "Era um parque móvel, corria o Brasil todo. A principal atração era luta de telecatch". Rodou por bairros do Rio até se fixar na Penha, em 1966. Em 2005, o Shanghai foi premiado com o Golden Pony Awards, concedido pela Games and Parkes Industrie, da Itália, por ser o parque mais antigo da América Latina em funcionamento.
Tem 26 brinquedos e, em breve, vai ganhar uma nova roda gigante. A atração mais procurada é o clássico carrossel. "Não existe mais cavalo feito desse material, um tipo de latão. Já veio colecionador tentando comprar cavalo, mas a gente não vende", garantiu o gerente. Apesar de ficar próximo a uma área de risco, o Shanghai não tem registro de incidente.
Uma das saídas para atrair público foi franquear o espaço para festas infantis. Só se paga pelo passaporte (R$ 15), por criança, que dá direito aos brinquedos.