Emiliana, Pérolla e Marcos: felicidade em família, conquistas depois de tratamento para gravidez tardia - DIVULGAÇÃO
Emiliana, Pérolla e Marcos: felicidade em família, conquistas depois de tratamento para gravidez tardiaDIVULGAÇÃO
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Para se empenharem mais à carreira, por não acharem o parceiro ideal, por não se sentirem preparadas para ter filhos, por problemas de saúde, entre outros fatores, boa parte das mulheres adia ao máximo a maternidade. Muitas, estão virando mamães somente após os 50 anos de idade. A fertilização in vitro, com doação de óvulos, é a técnica mais usada.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016 o total de mães após os 50 anos cresceu 37%, pulando de 261 partos para 358. De acordo com especialistas, a reprodução assistida e o congelamento de óvulos quando se está em uma idade fértil, é a solução mais requisitada nessa faixa etária. Isso porque as chances de se engravidar espontaneamente nessa idade é de menos de 1%.

"A reprodução assistida pode ser feita em qualquer situação que seja diagnosticada a incapacidade de concepção espontânea. Como os casos de obstrução das trompas, endometriose avançada e comprometimento da produção de espermatozoides, tanto qualitativa como quantitativamente", explica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana assistida e diretora-médica do Vida- Centro de Fertilidade.

Maria Cecília ressalta que os óvulos são o maior problema para engravidar nessa idade, já que a qualidade diminui conforme a mulher vai envelhecendo. Com a menopausa, ela para de produzi-los. A solução é o congelamento de óvulos quando se é mais jovem ou recorrer à ovodoação (óvulos doados, com características físicas similares).

ALERTA PARA RISCOS

A médica, porém, alerta para riscos: "Uma mulher que fica grávida após os 50 anos tem maiores chances de intercorrências ligadas à própria gestação, entre eles, abortos, partos prematuros, comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e hipotireoidismo", enumera Maria Cecília.

A consultora jurídica e psicóloga, Emiliana Lobato Barroso, 55 anos, de Anchieta, na Zona Norte do Rio, decidiu ter a filha Pérolla, de 4 anos, com o marido, o funcionário público aposentado, Marcos Roberto Serra, 57, aos 51 anos.

"Retardei essa benção, por conta da carreira. Vim de Minas Gerais, da roça, tive que lutar para melhora um pouco de vida, e só agora ter melhores condições de criar o meu maior tesouro", explica Emiliana, que recorreu à fertilização assistida para engravidar. "Na segunda tentativa deu certo. Foi uma gravidez maravilhosa, cercada de carinhos e paparicos da família e amigos. Hoje, eu e Pérolla fazemos aulas e ganhamos medalhas de taekwondo juntas", detalha.

Atualmente, acompanhamento pré natal rigoroso evita, por exemplo, complicações para bebês que nascem prematuros. "Nos cabe alertar, contudo, para possíveis outros entraves futuros. Como o envelhecimento dos pais, que pode trazer maior risco de desequilíbrios psicológicos, devido ao conflito de gerações. Além disso, a partir dos 70 anos, os pais têm maior chance de precisar de suporte dos filhos, tanto emocional como financeiro, e eles podem ainda não ter condições para tal ajuda".

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