Rio - Pelo menos 300 funcionários tiveram que ser dispensados do trabalho nesta manhã pela Prefeitura de Volta Redonda, no Sul do estado, devido ao corte de fornecimento de energia ao Palácio 17 de Julho, sede do governo municipal. Entre as 10h e 11h, o prédio ficou totalmente às escuras. A Light informou, em nota (veja a íntegra mais abaixo), que a medida foi tomada “devido à inadimplência da administração com a com a distribuidora”, mas que a luz foi restabelecida mediante à nova negociação marcada para esta quinta-feira.
Sem luz, todos os serviços no prédio foram interrompidos, especialmente os da área de informática, onde trabalham 150 servidores. A prefeitura paga cerca de R$ 2,7 milhões por mês à Light, referentes à uma dívida total de R$ 23 milhões com a concessionária, incluindo débitos de anos anteriores.
A negociação para o restabelecimento da energia foi feita diretamente pelo prefeito Samuca Silva com a direção da concessionária. Samula lamentou que o motivo do corte foi o não pagamento de uma fatura vencida no dia 24 de agosto e outra que venceu na última segunda-feira, 24 de setembro.
De acordo com Samuca, em entrevista á Rádio Vib FM, o município estava negociando com a Light a quitação das parcelas, sendo que duas propostas, a última feita na sexta-feira da semana passada, antes do vencimento, haviam sido recusadas. “Estávamos negociando com a Light”, garantiu Samuca, explicando que o atraso ocorreu em função do bloqueio, no mês passado, de cerca de R$ 20 milhões das contas de Volta Redonda, pelo Tribunal de Justiça, para pagamento de precatórios.
A prefeitura conseguiu o desbloqueio, mas, de acordo com o prefeito, a medida interferiu no fluxo de pagamentos da administração, que vinha pagando a concessionária “rigorosamente em dia”.
“Houve atrasos de vários pagamentos e com a Light não foi diferente, porque temos que priorizar algumas áreas, como saúde e educação”, argumentou, esclarecendo que foi pego de surpresa com o forte da energia. “Foi uma medida arbitrária, lamentável, que não prejudica o prefeito, mas a população de Volta Redonda”, afirmou Samuca, pouco antes de a luz ser religada.
Ainda segundo a prefeitura, entre os R$ 2,7 milhões que o governo paga por mês à Light, estão incluídos o consumo da iluminação pública e o parcelamento de débitos de anos anteriores, inclusive, segundo ele, da administração municipal passada. O expediente só deverá ser retomado na íntegra nesta quinta-feira.
NOTA DA LIGHT NA ÍNTEGRA
A Light informa que desligou o fornecimento de energia para a sede da Prefeitura de Volta Redonda e outras unidades devido à inadimplência com a distribuidora.
A dívida total é de cerca de R$ 23 milhões, incluindo R$ 17 milhões referentes à iluminação pública não quitados, renegociados em 2016 e não pagos até o momento, e o restante em faturas não pagas desde julho de 2018, relativos à sede da prefeitura de Volta Redonda, à quatro secretarias municipais, ao suprimento de semáforos, à própria iluminação pública atual da cidade, ao Estádio Sylvio Raulino de Oliveira e a outros parcelamentos de débitos também não quitados.
A companhia cumpriu todos os procedimentos regulatórios anteriores ao corte e só efetuou a suspensão do fornecimento depois de esgotar todas as possibilidades de negociação.
A Light, após uma solicitação da Prefeitura de Volta Redonda, religou a energia para a sede e normalizará nesta quarta-feira o fornecimento para todas as unidades que foram desligadas. Uma nova negociação será realizada com a Prefeitura de Volta Redonda, amanhã, na sede da empresa de energia.