Vídeo mostra homem atacando um motorista com taco de beisebol - Reprodução vídeo / Divulgação
Vídeo mostra homem atacando um motorista com taco de beisebolReprodução vídeo / Divulgação
Por ADRIANO ARAÚJO

Rio - Uma quadrilha de taxistas que atuava como uma milícia no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, e ameaçava motoristas que trabalham para aplicativos foi desmantelada nesta sexta-feira por uma operação da Delegacia do Aeroporto Internacional RioGaleão (Dairj) e do Ministério Público (MPRJ). A ação cumpre 17 mandados de prisão e até o fim da manhã 10 condutores de táxi tinham sido presos e os outros são considerados foragidos.

A investigação da Dairj que desencadeou na "Operação Disputa pela Base" apurou crimes entre o início de janeiro de 2017 até setembro deste ano. Entretanto, foram reunidos dados desde 2009, além de depoimentos e análise das imagens das câmeras de monitoramento do Galeão, que flagraram o modus operandi dos agressores. O Ministério Público do Rio denunciou 21 taxistas por formação de milícia privada e 17 deles tiveram a prisão autorizada pela Justiça. Eles foram indiciados e, se condenados, eles podem pegar de 4 a 8 anos de prisão.

Foram presos nesta manhã Fábio Dória Costa, Leonardo de Souza Carvalho, Flavio Ferreira de Miranda, Antônio Marcos Castro Nascimento, Edinaldo da Luz Costa, Roberto Pinheiro Korn, Marcos Paulo Cunha de Medeiros, Marcos Batista dos Santos Júnior, Elias Rodrigues da Silva Neto e Renan Leirson do Coração de Jesus. Estavam foragido até o início da tarde Pablo Batista Iglesias, Emerson de Azevedo Ventura, Jorge Luiz dos Santos, Luciano de Lima Ferreira, Thiago Faria de Oliveira, Cristiano Luiz de Melo Lins e Rodolfo de Almeida Leal Faria.  

Em imagens e informações divulgadas inicialmente pela GloboNews, taxistas aparecem ameaçando motoristas de aplicativos que paravam nas portas do aeroporto. Em uma delas, um dos denunciados aparece com um taco de beisebol, usado para intimidar e danificar um carro usado pelos condutores ameaçados. Um machado que era usado pelo grupo também foi apreendido. 

Ao DIA, a delegada Tatiana Queiroz, titular da Dairj, disse que a finalidade da organização em um grupo era eliminar qualquer tipo de concorrência no Galeão. "A atuação do grupo não se dá de forma individualizada, pelo contrário, é visível que existe uma organização e até mesmo percebe-se que existem regras de conduta que são seguidas por todos, uma vez que atuam no mesmo ambiente, concorrendo pelos mesmos clientes e não se percebe desavenças ou atritos entre eles", explicou.

Um dos códigos usado pelos taxistas entre eles para avisar quando um motorista de aplicativo chegava aos portões do Galeão era gritar "seiscentos", que representava uma briga "com alguém de fora", fazendo aumentar o grupo intimidatório.

"Não há dúvidas que esta quadrilha atua como se fosse uma milícia, pois seleciona e controla os elementos que a compõem e também faz o controle territorial, impedindo grupos ou pessoas diferentes, ou estranhas, de atuarem na sua área de atuação", disse a delegada. 

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