Bastante abalada, a mãe não conseguiu acompanhar o sepultamento - Luciano Belford / Agência O Dia
Bastante abalada, a mãe não conseguiu acompanhar o sepultamentoLuciano Belford / Agência O Dia
Por KARILAYN AREIAS

Rio - "Meu filho vai crescer sem pai por conta de uma morte injusta". Foram com essas palavras que a jovem Linda Julia Cardoso, 18 anos, mãe do filho de Pedro Henrique Gonzaga, 19 anos, morto após ser imobilizado por um segurança do hipermercado Extra, da unidade da Barra da Tijuca, na quinta-feira (14), resumiu a dor da perda. Em poucas palavras, a estudante revelou ao DIA que os dois estavam se reaproximando e que agora está "sem chão" após a morte do rapaz. "Ele era uma pessoa alegre, que sempre cuidava e queria ver o filho dele. Era um pai presente. Quando for contar o que aconteceu para nosso filho com certeza falarei que foi uma injustiça", diz. 

Segundo a versão do segurança, Pedro Henrique teria tentado roubar a sua arma e, por isso, ele teria dado um "mata-leão" para contê-lo. Entretanto, a mãe do jovem, Dinalva Oliveira, relatou outra versão. Segundo Dinalva, ela, Pedro Henrique e uma amiga estavam no caixa do estabelecimento quando o rapaz saiu e correu em direção à saída. Ela teria ido até o local para tentar levantá-lo e avisou que o filho estava sob efeito de drogas porque era usuário. Nessa hora, Pedro Henrique teria ficado nervoso e uma briga teria começado com os seguranças.

As imagens registradas em vídeos enviados ao WhatsApp do DIA (98762-8248) mostram que pessoas no entorno alertavam para a gravidade do caso. "Está desmaiado, não está não?", indagou alguém. "Está sufocando ele", disse uma mulher. "Ele está com a mão roxa", constatou outra pessoa. O segurança, no entanto, não soltou o jovem e disparou: "Cala a boca".

A Delegacia de Homicídios investiga o caso. Seis testemunhas já prestaram depoimento e imagens de câmeras de segurança do supermercado foram recolhidas para ajudar a esclarecer o que aconteceu.

Pedro Henrique foi enterrado na manhã deste sábado no cemitério Jardim da Saudade de Paciência, na Zona Oeste do Rio.  Sob forte comoção, cerca de cinquenta pessoas, entre amigos e parentes, se despediram do jovem que sonhava em ser MC. 

Uma manifestação contra a morte do jovem está marcado para este domingo em frente ao supermercado. Os internautas que organizam o ato indicam que o golpe 'mata-leão' sofrido pelo rapaz teve cunho racista.

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