Ciep José Pedro Varela barrou acesso, mas cerca nos fundos é precária - Daniel Castelo Branco/ Agência O Dia
Ciep José Pedro Varela barrou acesso, mas cerca nos fundos é precáriaDaniel Castelo Branco/ Agência O Dia
Por *O DIA

Rio - A falta de controle nas entradas de parte das unidades municipais de ensino do Rio é motivo de atenção. O DIA percorreu 23 escolas e uma creche da rede entre a manhã e a tarde de ontem. As equipes conseguiram entrar com facilidade em nove colégios, um dia após o atentado ocorrido em Suzano. Em seis deles, nem foi exigido acompanhamento de funcionário. Desde 2014, a contratação de controladores de acesso para as portarias não era renovada, e agora está em fase de licitação.

Uma das equipes visitou 11 escolas no Centro, na Tijuca e no Grajaú, e foi possível entrar em sete. Nas escolas Orsina da Fonseca e Afonso Pena, na Tijuca, e Lourenço Filho, no Grajaú, a reportagem cruzou a porta principal sem se identificar e circulou entre alunos. Na Orsina da Fonseca, um segurança só abordou o repórter lá dentro. Já nas escolas Soares Pereira e Laudimia Trotta, ambas na Tijuca, e Duque de Caxias, no Grajaú, o acesso foi acompanhado de um funcionário mediante desculpas como pedir para beber água ou ir à secretaria. Na Escola Noel Rosa, no Grajaú, a entrada foi autorizada por um porteiro eletrônico.

Gradil da escola Tia Ciata, no Centro, está solto em alguns pontos - Lucas Cardoso/ Agência O DIA

O Ciep José Pedro Varela, no Centro, foi um dos colégios em que inspetores impediram o acesso, e há câmera. No entanto, na parte de trás, havia só uma cerca, sem muro. "Se acontecesse algo aqui como houve em São Paulo, não daria para evitar", comentou Nasarete dos Santos, 59, avó de aluno.

De oito escolas visitadas no Catete, Flamengo e em Copacabana, foi possível entrar em apenas uma sem dar explicações: a Escola Municipal Dom Aquino Corrêa, em Copacabana. Por volta das 12h40, não havia funcionário nos dois portões. "Creio que tenha sido um fato atípico, talvez um descuido devido à troca de turno. O portão está sempre fechado", disse Suelen Mau, 32, mãe de aluna. Nas outras unidades vistoriadas na Zona Sul, portões fechados. Na creche Aracy Guimarães Rosa, no Catete, mães se comunicavam com funcionárias por grades.

Outra equipe esteve em cinco escolas em Realengo. Quatro delas estavam trancadas, mas em uma, a Nicarágua, o acesso era livre. Um inspetor abordou o repórter quando ele já estava dentro. Questionado, o funcionário respondeu que foi um caso isolado. Havia dois guardas municipais no pátio.

A Secretaria Municipal de Educação esclareceu que está em processo administrativo a contratação de profissionais que serão responsáveis pelo controle de entrada e saída nas escolas. O processo deve ser concluído em abril. A pasta ressaltou que o último contrato para esse serviço foi encerrado em 2014.

*Reportagem de Bernardo Costa, Gustavo Ribeiro, Lucas Cardoso e Renan Schuindt 

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