Rio - O motorista de aplicativo Tiago Lima dos Santos, de 32 anos, morto a tiros em um assalto na tarde desta quinta-feira, em Nova Iguaçu, tinha acabado de comprar o carro que dirigia. "Ele estava desempregado há um mês e resolveu trabalhar como motorista de aplicativo. O meu filho caçula rodava na Uber e levou ele para fazer essa a adesão lá na plataforma", conta a tia do motorista, a psicóloga Monica Costa, de 54 anos.
Tiago estava rodando no aplicativo quando foi abordado, por volta das 17h30, na Rua Padre Vieira, no bairro Vila Operária, no município da Baixada Fluminense. Como ele trabalhava há pouco tempo como motorista, preferia dirigir pela região. "Os amigos sabiam que ele estava com aplicativo e sempre que precisava, ligava para ele", afirma Monica, que não imagina o que pode ter acontecido na hora do crime para os bandidos atirarem no sobrinho.
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O motorista morava em Mesquita, ainda na Baixada, com uma companheira, que namorava há 14 anos, e tinha dois filhos, uma menina de 10 e um menino de apenas cinco anos. De acordo com a família, a polícia trata o crime como latrocínio, roubo seguido de morte.
"A família inteira está muito mal. De todos os meus sobrinhos, ele era o mais alegre, mais brincalhão, aquele no grupo da família que já de manhã estava super animado", Monica define, revelando que o celular de Tiago foi levado no assalto.
Até o início da tarde desta sexta-feira, a psicóloga estava às voltas com a documentação sobre a morte do motorista, que será enterrado no fim do dia, no Cemitério de Mesquita.
Logo após o assassinato, policiais do batalhão da região, 20º BPM (Mesquita), foram acionados e estiveram no local, onde encontraram o corpo de Tiago. Os PMs acionaram agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investigam o crime.
Procurada pelo DIA, Polícia Civil disse que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do motorista. "Diligências estão sendo realizadas em busca de imagens e informações que levem a autoria do crime. A perícia foi realizada e as investigações estão em andamento", a corporação informou, em nota, sem dar detalhes do andamento da investigação.
A Uber disse que "lamenta profundamente que cidadãos que desejam apenas trabalhar ou se deslocar sejam vítimas da violência urbana que permeia nossa sociedade. Nossos sentimentos estão com a família do Tiago Lima Santos nesse momento de dor", a empresa informou, através de sua assessoria de imprensa, dizendo que, apesar da declaração da tia de Tiago, "até onde foi possível apurar (ele) não estava usando o aplicativo no dia do crime".