Viatura da Guarda Municipal amanheceu estacionada na porta da escola - Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
Viatura da Guarda Municipal amanheceu estacionada na porta da escolaDaniel Castelo Branco / Agência O DIA
Por Antonio Augusto Puga

Rio - O clima de medo e apreensão tomou conta de quem foi ao turno da manhã desta quarta-feira da Escola Municipal Irineu Marinho, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio. Guardas municipais amanheceram no colégio depois que um estudante de 16 anos da escola foi apreendido por ferir um colega de turma nas costas, ontem à noite. Durante a aula, por volta das 20h, o menor sacou duas facas e pediu para que todos saíssem da sala correndo.

"Eu vim conversar com a direção porque meu filho está com muito medo", conta a diarista Maria Teodosio Gomes, que tem um filho de 11 anos matriculado na unidade. "A direção disse para ele vir porque já está tudo normalizado. Mas ele está preocupado de voltar depois do que aconteceu e eu como mãe estou assustada".

Cartaz na entrada da escola - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Quem estava no colégio contou que nesta quarta iria ser aplicado um teste de avaliação da escola. No entanto, a prova teria sido adiada após o episódio de violência da última noite. 

"Eu vim saber sobre o teste, porque os meus filhos não quiseram vir hoje", afirma o vigilante Jeferson Walace Jesus, que estudou no colégio e tem três filhos matriculados na unidade - 9, 11 e 16 anos. "Apesar de meus meninos estarem com medo, não vou tirá-los da escola porque é uma escola boa. Isso foi um episódio isolado e aconteceu por causa dos próprios pais que não acompanham os filhos para saber se algo está acontecendo".

A escola fica em Marechal Hermes - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Máscara de filme

Na hora do ataque, o adolescente agressor estava com as duas facas, uma máscara do personagem principal do filme "V de Vingança" e uma luva cirúrgica. Houve correria, ele foi apreendido por policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) e foi levado para a 27ª DP (Vicente de Carvalho).

O jovem ferido teve também uma lesão no pé quando corria da confusão e foi levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado.

"Eu estava em casa, quando escutei uma gritaria vindo da escola. Sai e vi uma aglomeração na rua e a polícia já no local com os alunos em volta", relembra a assistente administrativa Márcia Carvalho, de 34 anos, que mora em frente à escola.

Material encontrado com o agressos - Divulgação / Polícia Militar

Assim como Márcia, o adolescente agressor e o agredido também moram próximo ao colégio. Ela disse que os colegas tentaram agredir o estudante quando ele já estava em poder dos PMs.

"Eu não tenho filho, mas fico impressionada porque os pais estão dizendo mais 'sim' do que 'não' aos filhos. Tenho sobrinhos e eles estão tendo acesso demais a coisas que estão na Internet e isso também contribui para que eles cheguem a esse ponto", defende Márcia. "Fico com medo até do dia que eu tiver filho como é que vai ser".

Caso aconteceu na noite desta terça - Reprodução / Instagram

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