
Rio - Uma manifestação contra as comemorações do golpe militar de 1964 reuniu centenas de pessoas na Cinelândia, Centro do Rio, na tarde deste domingo. Vestidos com camisetas pretas — alguns estavam todos de preto, em um simbolismo contra os Anos de Chumbo — e carregando faixas e cartazes, os manifestantes se concentraram nas escadarias da Câmara Municipal.
O ato foi convocado pelas redes sociais, para as 15h. Por volta das 17h, 14.547 pessoas confirmaram presença no evento criado no Facebook. Em um carro de som, políticos estão se revezando para fazer discursos, como o ex-deputado federal Chico Alencar (PSOL). Os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também estiveram no local.
"É de cuspir o que fez o presidente Jair Bolsonaro, chamar essa celebração. É canalha mesmo. A gente sabe que ainda há tortura do Brasil", disse Jandira, ao discursar de cima do carro de som, numa referência à recomendação feita pelo presidente Jair Bolsonaro, para que os militares fizessem atos em memória ao aniversário de 55 anos, completados neste domingo, do golpe de Estado de 1964, que instaurou o regime exceção que duraria até 1985.
Os ativistas também gritaram palavras de ordem contra o regime militar e entoaram canções contra o período como "Cálice" e "Apesar de você", ambas de Chico Buarque. No protesto, alguns carregavam cartazes pedindo solução para o caso Marielle Franco, vereadora assassinada em 14 de março de 2018, e outros pediam a libertação do ex-presidente Lula, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. PMs do Batalhão de Choque (BPChq) acompanham o ato que, até fim, às 18h30, não registrou confronto ou violência.