
Rio - Empresários do ramo hoteleiro estão dando um bom exemplo em Angra dos Reis, na Costa Verde. Eles se uniram para limpar, com apoio de voluntários, as areias das praias locais e até o fundo do mar. Só neste domingo, por exemplo, pelo menos 40 deles retiraram um caminhão de lixo, aproximadamente, da Enseada de Bananal, um dos três pontos turísticos mais importantes da Ilha Grande.
Mergulhadores profissionais ajudaram na ação, batizada de `Bananal Limpo, eu Apoio´, e acabaram encontrando até a carcaça de um micro-ondas no fundo do mar. O mutirão recolheu anida na região, embalagem de creme dental fora de linha há pelo menos 20 anos, latas de cerveja e refrigerantes, garrafas pet, restos de redes de pescadores, pontas de cigarro, canudos, sacolas plásticas, chapas de Raio X, copos e pratos de plásticos e muito cacos de vidro.

De acordo com a empresaria Roberta Nakamashi, da Pousada do Preto, idealizadora da iniciativa, a ideia do mutirão é conscientizar empresários, moradores e turistas, sobre o papel de cada um em relação à consciência ambiental. "O lixo que chega ao mar é o resultado do nosso consumo desenfreado. Se continuarmos com o descarte irregular, em poucos anos os oceanos terão mais plásticos do que peixes”, justifica Roberta.
Ao todo, foram recolhidos mais de 100 sacos de lixo. "Nos incentivou para que a campanha tenha continuidade", garante a empresária, lembrando que, a poluição trás prejuízos para o meio ambiente, para o ser humano e principalmente para os animais marinhos.
Integrantes do grupo lembram que ações desse tipo são primordiais, já que no Brasil, são produzidas diariamente cerca de 240 mil toneladas de lixo, mas apenas 2% desse total é encaminhado para a reciclagem. "A quantidade é irrisória, levando em consideração o tempo que se leva para a natureza leva para a decomposição das diferentes formas de lixo", alertou o mergulhador André Almeida.
Estudos ambientais indicam que o volume de plástico que vaza para os oceanos todos os anos é de aproximadamente 10 milhões de toneladas, o que equivale a 23 mil aviões Boeing 747 pousando nos mares e oceanos todos os anos, ou mais de 60 por dia. Nesse ritmo, até 2030, deverão se despejados quase 26 mil garrafas de plástico no mar a cada quilômetro quadrado, conforme revela pesquisa conduzida pelo WWF (Organização não governamental Internacional).
Além da Pousada do Preto, também participaram do mutirão as pousadas Okinawa, Casa Nova, Três Coqueiros, e Satiko, com apoio do Gupo Latitude 22 “Doidos por Mar”, Mercadão dos Óculos, Chapinha do Sindicato, Mídia Oficial e Rádio Costa Azul FM.
Tempo de decomposição de alguns materiais
Jornal - 2 a 6 semanas
Embalagens de papel - 1 a 4 meses
Pontas de cigarro - 2 anos
Palito de fósforo - 2 anos
Chiclete - 5 anos
Cascas de frutas - 3 meses
Copinhos de plástico - De 200 a 450 anos
Latas de alumínio - De 100 a 500 anos
Tampinhas de garrafa - De 100 a 500 anos
Pilhas e baterias - De 100 a 500 anos
Garrafas de plástico - Mais de 500 anos
Pano - De 6 a 12 meses
Vidro - Tempo indeterminado
Madeira pintada - 13 anos
Fralda descartável - 600 anos
Pneus - Tempo indeterminado