O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, do PRB - Edvaldo Reis / Prefeitura do Rio.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, do PRBEdvaldo Reis / Prefeitura do Rio.
Por Maria Luisa de Melo

Rio - A Câmara de Vereadores recebeu, nesta segunda-feira (1º), um novo requerimento pedindo o impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB), e votará a proposta na tarde desta terça-feira (2). O requerimento de cassação foi protocolado pelo fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda, Fernando Lyra Reys. Este já é o quinto pedido de impeachment contra Crivella desde julho do ano passado.

Segundo o denunciante, houve crime de responsabilidade do bispo ao favorecer as empresas OOH Clear Channel e JCDecaux durante renovação de contratos de mobiliários urbanos, em dezembro de 2018. O fiscal já havia feito a mesma denúncia junto ao Ministério Público do Rio (MP-RJ).

O requerimento de Lyra foi recebido e aceito pelo presidente da Câmara, o vereador Jorge Felippe (MDB). Nesta terça, caberá aos 51 vereadores a decisão de prosseguir ou não com o pedido de impeachment. A votação da admissibilidade será por maioria simples. Isto é, serão necessários apenas 26 votos a favor para que o processo de cassação seja aberto. Em caso de aprovação, três vereadores são sorteados para compor uma comissão que terá até 90 dias para formular um parecer e conduzí-lo para nova votação em plenário. Caberá ao plenário a decisão pelo afastamento definitivo do gestor.

Este foi o quinto pedido de impeachment contra o prefeito desde julho de 2018, quando o vereador Átila Nunes Filho (MDB) apontou que Crivella vinha favorecendo integrantes da Igreja Universal, facilitando cirurgias de catarata e pagamentos de IPTU.

Fragilidade de Crivella

Desta vez, o prefeito está mais vulnerável. Sem apoio até de vereadores de sua base aliada, como mostrou a votação de uma alteração à Lei Orgânica do Município (LOM) na semana passada. Na ocasião, 33 deles votaram a favor de uma emenda que alterava a LOM, permitindo que as eleições fossem indiretas, em caso de vacância na prefeitura nos últimos dois anos de mandato. Apesar de a mudança não ter sido aprovada por falta de apenas um voto, expôs a fragilidade do prefeito. Os vereadores ainda não desistiram da alteração.

"A mudança nos traria mais segurança jurídica e economicidade", destacou o vereador Átila Nunes Filho, referindo-se à economia de recursos públicos com a realização de uma eleição direta.

O prefeito Marcelo Crivella não quis se manifestar o assunto.

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