Coletiva do prefeito Marcelo Crivella para anunciar que suspendeu a cobrança do pedágio na Linha Amarela, entre a Barra e o Fundão, pela segunda vez. Foto:  Severino  Silva/ Agência O Dia - Severino Silva/Agencia O Dia
Coletiva do prefeito Marcelo Crivella para anunciar que suspendeu a cobrança do pedágio na Linha Amarela, entre a Barra e o Fundão, pela segunda vez. Foto: Severino Silva/ Agência O DiaSeverino Silva/Agencia O Dia
Por Maria Luisa de Melo

Rio - Responsável por denunciar supostas irregularidades cometidas pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB) na renovação de contratos com duas empresas referentes a mobiliário urbano, o fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda, Fernando Lyra Reis, foi cabo eleitoral do prefeito durante sua campanha, em 2016.

Fernando Lyra Reis fez a denúncia à Câmara de Vereadores que culminou na abertura do processo de impeachment de Crivella - Reprodução

Segundo uma pessoa ligada a Lyra, o fiscal, concursado da Prefeitura há 27 anos, nunca havia feito campanha para outros políticos anteriormente. Mas, por Crivella, foi às ruas e tentou convencer amigos. Completamente contrário ao grupo político de Eduardo Paes, Lyra pregava que Pedro Paulo, apadrinhado político do ex-prefeito, não poderia assumir a cadeira no Palácio da Cidade.

A denúncia feita por Lyra à Câmara de Vereadores na semana passada, que culminou na abertura do processo de impeachment de Crivella, já havia sido apresentada no dia 18 de março deste ano ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). No MP, o material foi encaminhado para o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco/MPRJ).

Processo de impeachment pode levar até 90 dias

A Câmara de Vereadores aprovou, nesta terça-feira (2), com 35 votos a favor e 14 contrários, a abertura do processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). O requerimento de cassação foi protocolado pelo fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda, Fernando Lyra Reys – que acusa crime de responsabilidade de Crivella ao favorecer as empresas OOH Clear Channel e JCDecaux durante renovação de contratos de mobiliários urbanos, em dezembro de 2018.

Com a aprovação do pedido, uma comissão processante foi formada com três vereados sorteados que estiveram presentes na votação. Foram sorteados Luiz Carlos Ramos Filho (Podemos), Paulo Messina (PROS) e Willian Coelho (MDB). Willian Coelho foi escolhido presidente e Luiz Carlos relator.

Após a publicação da admissibilidade no Diário Oficial, o prefeito Marcelo Crivella terá 10 dias para apresentar sua defesa. A comissão tem até 90 dias para apresentar um relatório, que será votado também na Câmara do Rio.

Caso seja aprovado, o relatório pode determinar o afastamento de Crivella do mandato. Caso contrário, o pedido de impeachment será arquivado. Até a votação do relatório, ele continua no cargo.

 

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