Mauricio Rubinstein utiliza robôs em diversos tipos de intervenções cirúrgicas:
Mauricio Rubinstein utiliza robôs em diversos tipos de intervenções cirúrgicas: "Cortes menores, mais precisão e menos sofrimentos para pacientes"Luciano Belford/Agência O Dia
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Boa alimentação, atividades físicas e avanço da medicina. É inegável que os três itens são sinônimo de saúde. São as molas fundamentais para garantir a qualidade de vida e a longevidade. Segundo dados do IBGE, a população que até 1940 vivia em média 45,5 anos, agora chega aos 75,8 anos. Até 2020, a expectativa de vida é de 78 anos. Hoje, Dia Mundial da Saúde, quem ainda não descobriu a fórmula tem a chance de se atualizar.

Para garantir vida saudável do ponto de vista clínico, o Brasil lidera em tecnologia. Tem o maior número de robôs cirurgiões da América Latina — 40 estão em ação, oito no Rio —, e está prestes a chegar a dez mil procedimentos por meio de máquinas, especialmente em urologia, oncologia, gastroenterologia, ginecologia e bariátrica. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (Sobracil).

Segundo o presidente da Sobracil-RJ, urologista Maurício Rubinstein, a tendência é de que a técnica que evita hemorragias e cortes grandes na pele, continue crescendo. "Em pouco mais de uma década, o número de robôs cirurgiões e suas intervenções, triplicaram. Ao se expandir, os custos diminuem".

A expectativa segundo ele, é que outro desafio, a do atendimento pelo SUS, se torne realidade gradativa, assim como operações à distância. No Rio, dois robôs 'atendem' pelo SUS: no Hospital Naval Marcílio Dias e no Instituto Nacional do Câncer. Também há nos hospitais privados: Samaritano, Copa Star, Quinta D'Or, São Lucas, Barra D'Or e Américas. "Os cortes são mais precisos, seguros, proporcionam menos sofrimento e recuperação mais rápida", resume Rubinstein. Veja em odia.com.br vídeo de cirurgia simulada com robô. Eles são a ponta do desenvolvimento tecnológico, que já tem óculos de realidade aumentada; ultrassom em 3D; canetas com sensores; e até cadeira que lê cérebros (decifrando aspectos do comportamento humano).

Embora a realidade tecnológica seja importante, os melhores meios de prevenção de doenças continuam sendo as atividades físicas e a alimentação correta.

O Ministério da Saúde alertou na semana passada: três em cada 100 mortes em 2018 no país podem ter sido influenciadas pelo sedentarismo. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), apontam que dos 1,3 milhão de óbitos em 2017, 34.273 mil estão relacionados a diabetes, câncer de mama e de cólon e cardiovasculares. Doenças relacionadas à falta da atividade física. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortes no mundo.

Rio de Janeiro - RJ - 05/04/2019 - Saude - Na foto, Beatriz Conde se exercita com a supervisao do Professor Igor Falcao, na academia Evidence, na Avenida Conde de Bonfim 685, na Tijuca, zona norte do Rio - foto: Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Professor de Educação Física há 11 anos, Igor de Souza Falcão destaca que a atividade física está associada também àquestões sociais e psicológicas. "Os exercícios bem orientados contribuem para a qualidade de vida de forma abrangente". Ele acrescenta que dão flexibilidade e força e devem ser iniciados o mais cedo possível. "É importante adequar a atividade à idade. Mas nunca parar", diz o profissional da Academia Evidence, na Tijuca, e da Fit Club, em Copacabana.

Grupos de pessoas de diferentes idades aprimoraram seus condicionamentos físicos nas praias do Rio de Janeiro: rotina conquistada - Álbum Pessoal

Especialista em medicina do trabalho do Grupo Assim Saúde, Fátima Barcellos, acrescenta que os avanços da tecnologia e a amplitude das oportunidades da prática de exercícios, associadas a novas vacinas e antibióticos, prolongam a vida e projeta idosos na vida social. "Hoje é comum o idoso no mercado de trabalho, na política, no lazer e esporte", destaca, ressaltando que as doenças degenerativas crônicas impõem novos desafios.

Adriano Cardoso Pinto, urologista da Rede de Hospitais São Camilo, ressalta que uma das cirurgias robóticas mais comuns é a voltada para a área de urologia. Pelo menos 5 mil mil procedimentos já foram efetuados por máquinas, sendo que 80% é para o tratamento do câncer de próstata. “A prostatectomia, que é a retirada da próstata seja por câncer ou não, pode ser realizada com baixo risco de sequelas para o homem. O resultado é possível graças à incisão minimamente invasiva das pinças do robô que oferece benefícios como menor sangramento, grau de dor, tempo de internação e melhor recuperação no pós-operatório, que é mais rápido e menos doloroso”, detalha.

O Robô Da Vinci XI funciona a partir de um console, onde o médico controla o procedimento e tem a imagem da região que será operada em 3D, além da mesa específica acoplada no equipamento, que facilita o movimento e diminui o tempo cirúrgico. Para o especialista, a tecnologia é capaz de trazer detalhes que não seriam percebidos a olho nu. “Na cirurgia convencional, o médico conta com o campo de visão do corte, já com a pinça e lente de aumento, que faz uma rotação mais ampla que o punho humano de 90°, mostra uma riqueza de detalhes que melhora o desempenho da operação”, explica Adriano.

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