Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense, em Niterói  - Reprodução/UFF
Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense, em Niterói Reprodução/UFF
Por Ana Mello* e Rachel Siston*
Rio - A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) investiga um caso de estupro contra uma estudante dentro da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, nesta semana. De acordo com relatos de alunos, a vítima teria sido violentada no banheiro do Bloca A do Campus Gragoatá, em São Domingos. A universidade informou, em nota divulgada nesta quinta-feira, que está tomando as providências cabíveis.
Segundo a delegada titular da Deam Niterói, Alriam Fernandes, a vítima foi encontrada por uma aluna do curso de Nutrição, em um dos banheiros do campus, desacordada. A estudante não teve a identidade divulgada.

"O estupro é um crime de natureza muito íntima, então, eu busco sempre preservar a vítima. Até coloco status sigiloso. A pessoa já está tão traumatizada, que eu procuro preservar o máximo possível."
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A delegada informou ainda que vigilantes do andar e a estudante que encontrou a vítima, serão ouvidos.
"A gente está procurando o vigilante do andar, para ouvir, já temos umas imagens que estamos analisando e foram submetidas à perícia, para buscar a autoria. Ela foi encontrada por uma aluna e também estamos tentando identificá-la."
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Em nota, a UFF tratou repudiou o ocorrido. A instituição ainda ressaltou que a Ouvidoria e a Pró-Reitoria de Graduação prestaram atendimento à aluna e aos familiares. Veja na íntegra:
A Universidade Federal Fluminense informa que está tomando todas as providências cabíveis para acolher e prestar auxílio à vítima do ato de violência ocorrido nessa semana. A Ouvidoria e a Pró-Reitoria de Graduação prestaram atendimento aos familiares e a Superintendência de Manutenção fez vistoria no local. A instituição está apurando os fatos e contribuindo com investigação em curso da Polícia Civil.

A vítima foi acolhida pelo Programa de Atendimento às Vítimas de Violência do Hospital Universitário Antonio Pedro, que está prestando acompanhamento médico e psicológico especializados. Além disso, a UFF está abrindo sindicância interna por orientação da Procuradoria Federal à UFF para apurar o ocorrido e tomar as medidas administrativas.

A Universidade Federal Fluminense reforça que repudia firmemente quaisquer atos de violência que possam ser cometidos contra a sua comunidade.
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Medo dentro da universidade
O andar entre os campus da UFF à noite causa medo em algumas alunas. Para a estudante F. O., de 22 anos, não há segurança. 

"Eu sinto medo o tempo todo, porque eu saio do (campus) Gragoatá 22h, não tem ninguém, só os carros saindo do estacionamento e algumas pessoas comigo. Não tem luz, o mato está gigante, você não enxerga direito quem está na sua frente e quem está atrás", contou.
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F. contou ainda que a falta de controle sobre quem entra ou sai do campus faz com que o sentimento de insegurança aumente.

"Na quinta-feira passada, eu saí da aula e senti alguém correndo atrás de mim, fiquei desesperada. É um sentimento de alerta constante. Nunca vejo segurança à noite por ali, só os que cuidam do patrimônio, na parte da manhã", lamentou a estudante.
L. V., de 22 anos, está no 7º período e estuda há um ano na UFF. Ela veio por transferência do Rio Grande do Sul e também sofre com o medo de sair das aulas à noite. Para se proteger, ela tenta não andar sozinha.
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"Eu sempre aviso o meu namorado para ele me buscar, se tem algum grupo eu tento ir com eles. Quando eu saio sozinha, ando bem rápido e coloco uma chave entre os dedos para tentar me defender".
Estagiárias sob a supervisão de Bruno Ferreira