Crivella quer ir para o segundo turno com um adversário de esquerda - Divulgação
Crivella quer ir para o segundo turno com um adversário de esquerdaDivulgação
Por O Dia
O governador Wilson Witzel (PSC) e o prefeito Marcelo Crivella (PRB) trocaram farpas, ontem, sobre as declarações do gestor municipal, que criticou, na quinta-feira, a decisão judicial de manter a Avenida Niemeyer fechada depois de sucessivos deslizamentos de terra. 
Em agenda oficial para entrega de 50 motocicletas à Polícia Militar, ontem, Witzel disparou contra Crivella.
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"Quem não tem o que falar tem que ficar de boca fechada. E avaliar muito bem, tem que ter um filtro entre o cérebro e a boca. Magistrados têm a obrigação de decidir as questões que são postuladas a eles. Seja de que natureza for. É preciso entender que o magistrado, quando dá uma decisão, ele avalia aquilo que é postulado a ele", criticou.
Na noite desta sexta-feira (31), o gestor municipal revidou. "Agradeço o conselho do Witzel. Vou procurar o filtro em Harvard". Ele acrescentou ainda que respeita a Justiça e que, para ele, a opinião de técnicos do município deveria ter sido levada em consideração na questão envolvendo a interdição da via.
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A declaração de Crivella faz referência à falsa informação que Witzel publicou em seu currículo Lattes (plataforma na qual alunos e pesquisadores listam dados de sua carreira), que teria cursado doutorado em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense (UFF), com um período de intercâmbio ("bolsa sanduíche") em Harvard, nos Estados Unidos.
A mentira do governador sobre sua formação foi descoberta no mês passado. Segundo a UFF, ele não se candidatou à bolsa na instituição estrangeira. Após a questão vir à tona, o governo do estado informou, em nota, que Witzel "incluiu a possibilidade de aprofundar os estudos em Harvard", em um doutorado sanduíche. Mas teve seus planos interrompidos pela candidatura.
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Na quinta-feira, Crivella causou polêmica, ao criticar a decisão da Justiça sobre a interdição da Avenida Niemeyer. Ele fez referência ainda às informações passadas pelo biólogo Mário Moscatelli ao Ministério Público, que motivaram a interdição.
"Infelizmente, um biólogo, que não é especializado, pegando informações de internet, acabou pressionando o Ministério Público, que fez um pedido à Justiça - e aí esse protagonismo", detonou Crivella.