Integrante do coletivo desde o início, o inglês Damian Platt diz que com a construção do Maré Skatepark eles vão conseguir alcançar mais jovens e acompanhar a alta demanda pelo esporte na comunidade. Para doar acesse o site: https://benfeitoria.com/csm.
“Vamos trabalhar conforme a gente arrecadar. Porém, se nós ganhamos mais, conseguiremos fazer uma pista melhor”, afirma Damian.
O skatepark tem o projeto assinado pelos arquitetos do Rio Ramp Design e será construído durante o mês de junho pela ONG Make Life Skate Life, de forma totalmente voluntária.
A organização é especialista em projetos de skate social e já produziu pistas em As-Sulaymaniyah (Iraque); Taghazout (Marrocos); Annapurna (Nepal); Addis Ababa (Etiópia); Yangon (Mianmar); Amã (Jordânia); La Paz (Bolívia); Bangalore (Índia).
Skate promove o lazer na comunidade
O Complexo da Maré, conjunto formado por 16 favelas, é uma das regiões mais violentas do Rio. De acordo com o levantamento da ONG Redes da Maré, no ano passado foram registrados 27 confrontos entre grupos armados, 16 operações policiais,10 dias com escolas e postos de saúde fechados e 24 mortos em confrontos violentos.
Morador da Maré e integrante do coletivo, Jean Alves diz que o projeto busca dar suporte para as crianças conseguirem ver e viver além da violência frequente no local. “Enquanto a criança poderia estar na rua fazendo sabe-se lá o quê. Ela pode estar na pista andando de skate, e quem sabe um dia pode até se tornar um atleta.” “O skate agrega muitos valores para as crianças e os jovens como a coletividade, solidariedade e persistência. O esporte salva vidas”, completa Jean.
Atualmente instrutor do projeto, Jean tinha 13 anos quando conheceu o skate. “Uma amiga andava no Pontilhão. Eu fui lá conhecer e fiquei até hoje. Lá eles me deram o suporte, ensinaram o básico, as manobras e como ter equilíbrio”, lembra o jovem, que hoje tem 20 anos.
“Eu como morador da Maré, desde que nasci, posso dizer que o projeto me salvou, cara. Eu podia ter feito diversas outras coisas, mas conheci o skate. Ele me trouxe outra visão do mundo”, afirma Jean.
O jovem conta que admirava os instrutores trabalhando de forma voluntária e com amor. “Eu via , ainda criança, e pensava 'que legal, eu quero fazer isso também'. Eu passei a ensinar tudo que eu aprendia, mesmo sem ser instrutor.