Por O Dia
Rio -  A fila de pacientes é grande, mas todos esperam sem reclamar, ou melhor, sem latir ou miar. É essa a rotina diária do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, na Mangueira, onde são atendidos cerca de 1.800 animais por mês, boa parte deles de graça.
Um deles foi o gato Chay, de 2 anos. Levado pela tutora Luana Lago, de 21 anos, ele passou dias vomitando até que, após ser cuidado no instituto, o peludo recuperou a saúde. Antes, a estudante, que mora em Botafogo, chegou a levar o bichano a uma clínica particular no bairro da Zona Sul.
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“Paguei caro e não deu resultado. Aqui no instituto, eles têm mesmo amor pelos animais, não trabalham por dinheiro”, contou Luana, que já estava levando o gato apenas para uma revisão clínica.
Naquele mesmo dia, Toddy, um pinscher de 2 anos, que está com um caroço no focinho, esperava pelo atendimento. Ele estava acompanhado da amiga Poly, uma porquinha de 2 meses. A dona de casa Seyziene Vieira Lacerda, de 19 anos, levou o animal, que ainda toma mamadeira, porque não teve com quem deixá-lo. Ela mora no Cantagalo, em Ipanema.
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“Nossos animais são como filhos. Aqui é muito bom, além de ser muito mais barato. Minha mãe também trouxe o cachorro dela”, contou Seyziene, grávida da menina Ieda Júlia.
Os atendimentos para consulta no Jorge Vaitsman acontecem de segunda a sexta-feira, com distribuição de 50 senhas para a manhã e 50 para a tarde. Mas no local ainda são feitas, todos os dias, cirurgias, vacinação, feira de adoção e cremação. “Tratamos de graça os casos de zoonoses (doenças transmitidas pelos animais aos humanos) porque são problemas de saúde pública”, explicou o diretor da unidade, Glauco Mello.
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Um desses tratamentos gratuitos é o da esporotricose, que tem números alarmantes no Rio. Transmitida pelo gato, é caracterizada por lesões na pele, causada por um fungo encontrado na natureza. Dentre as maneiras de contágio estão arranhadura e mordedura de felinos infectados.
Há quase dois anos a dona de casa Geralda Gomes Gonçalves, de 73 anos, trata da doença em Dante, de 5 anos. “Disseram para sacrificar, mas ele está quase curado”, comemora ela.
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Outro serviço muito procurado e que também é de graça é a castração. E as vagas vão aumentar. “Nossa meta é dobrar essas cirurgias. É a nossa tentativa de evitar abandono de animais pelas ruas e, consequentemente, a transmissão de doenças. Para isso, já contratamos novos veterinários”, revela o diretor.
Para Marcia Rolim, subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da prefeitura, a causa animal avançou nos dois últimos anos com as ações de zoonoses. “Imunizamos 468 mil cães e gatos em 2017, um aumento de 550% em relação a 2016. Em 2017, imunizamos quase 800 gatos no controle da esporotricose e ampliamos as cirurgias em geral para quatro mil ao ano”, comemorou ela. 
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Tratamento especial
A dedicação do Instituto Jorge Vaitsman aos animais não se limita apenas ao tratamento dos bichinhos. O local tem capela e até um cemitério para aqueles que viraram estrelinha.
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Lá é permitido que os tutores coloquem lápides com fotos e mensagens sobre os peludos. “Os animais fazem parte da família e têm tratamento especial”, conta o diretor Glauco Mello.
E o instituto não atende apenas à causa animal. Na unidade, subordinada à Vigilância Sanitária, também são feitas análises de alimentos, de água para consumo, bem como de contaminantes químicos e biológicos (agrotóxicos, microtoxinas, dentre outros). Essas análises contribuem para a elucidação de surtos de doenças transmitidas por esses elementos e, consequentemente, para o fortalecimento da promoção da saúde e da prevenções de riscos.
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O Instituto Jorge Vaitsman atende na Avenida Bartolomeu de Gusmão 1.120, na Mangueira, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Saiba mais em rio.rj.gov. br/web/vigilanciasanitaria/ijv.