Carro usado para atropelar manifestantes em Niterói é apreendido e passa por perícia
Veículo, que está em nome de um fisioterapeuta, foi encontrado em São Gonçalo e tem diversas multas; atropelador ainda não foi encontrado
Por O Dia
Rio - Já está na 76ª DP (Niterói) o carro que atropelou manifestantes em Niterói, na manhã de sexta-feira, durante a greve geral contra a Reforma da Previdência e o contingenciamento de recursos da Educação que aconteceu em todo o país. O veículo, um Fox Vermelho, foi encontrado pela Polícia Militar na garagem de um prédio na Avenida Jornalista Roberto Marinho, no bairro do Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, mas o atropelador não foi encontrado. O automóvel passará por perícia nos próximos dias.
Segundo a PM, o automóvel, que está no nome de um fisioterapeuta, foi encontrado com o vidro traseiro quebrado, além de outras avarias na lataria. Não se sabe se o atropelador é o que consta no documento do veículo como proprietário ou se outra pessoa dirigia o carro.
Os policiais foram até o local após receberem informações do Disque Denúncia. O condutor do veículo no momento do atropelamento, no entanto, não foi encontrado. No final da noite da sexta-feira, um reboque da PM deixou o carro na 76ª DP (NIterói).
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Multas por várias infrações
No sistema de multas da Prefeitura do Rio, o veículo consta com seis multas no período de 2007 até 2010, sendo três gravíssimas. Entre as infrações registradas há avanço de sinal vermelho, ultrapassagem de parada obrigatória e excesso de velocidade.
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Segundo a Prefeitura de Niterói, as câmeras do sistema de segurança da cidade identificou a placa e as características do veículo e encaminhou as imagens à Polícia Civil.
Vítimas prestam depoimento
Durante o ato, cinco pessoas foram atropeladas. Entre elas a professora universitária Kate Lane Costa de Paiva, de 32 anos. Segundo a docente, o motorista do carro que atingiu os manifestantes sabia e tinha consciência do que estava fazendo. O carro passou por cima da perna da professora. "Estávamos fechando a rua e o carro vermelho viu as pessoas que estavam parando o trânsito. Ele estava parado no sinal e de repente ele resolveu avançar para cima das pessoas", lembra a mulher. "Ele viu o que ia acontecer. Ele quis arrastar as pessoas, e, foi isso que ele fez", completa a professora universitária.
Kate Lane e um dos alunos feridos prestaram depoimento. Ambos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal para realizar exame de corpo de delito.
Além de Kate, também ficaram feridos a professora Marinalva Olivera, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e outros três alunos, segundo a Associação de Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff). Em nota, a Aduff repudiou o atropelamento. O presidente da associação Carlos Augusto Junior afirmou que o episódio é "inaceitável".