Pai de estudante da Uerj morta diz que ex-namorado era ciumento e possessivo
Ele afirmou a suspeita do ex-companheiro ser o assassino da universitária: 'Não aceitou o fim do relacionamento e fez essa brutalidade, feminicídio', falou Luiz Antonio Pereira Braga
Rio - O pai da estudante de ciências sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Luiza Nascimento Braga, morta no sábado dentro da casa do ex-namorado no bairro Anil, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, esteve na manhã desta segunda-feira no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para liberar o corpo da filha, que foi enterrado no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Ele reforçou a suspeita do ex-companheiro ser o assassino da universitária.
"Eles se conheciam faria um ano, em julho. Estavam morando juntos há quatro meses, quando ela decidiu sair para ter a vida dela. Ele não aceitou, fazia chantagem, ia para médico, ligava para minha esposa querendo falar com ela", lembrou Luiz Antonio Pereira Braga.
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Informações preliminares dão conta que a jovem de 25 anos foi estrangulada. O ex-namorado é procurado pela Delegacia de Homicídios (DH-Capital) para prestar depoimento e a especializada não divulgou se ele é suspeito.
Ele falou que a filha ficou incomunicável após ir para a casa do ex-namorado para acompanhá-lo em uma UPA, e que ele recebeu uma mensagem de Luiza, que desconfiou não ser dela. Após não conseguirem contato, os pais então decidiram ir até a casa do suspeito. "Quando nós fomos no sábado, pedimos a chave, e encontramos o corpo dela todo roxo, desfalecido", disse, emocionado.
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Segundo Luiz Antonio, a filha nunca comentou sobre uma possível violência que o namorado tenha cometido, mas disse que o suspeito, estudante da Uerj, era inseguro quanto ao relacionamento com Luiza.
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"Era um relacionamento normal, ele não maltratava. Ela conversava mais com a minha esposa, que é mulher. Mas não tinha nenhum indício, ele era muito ciumento e possessivo porque ela era bonita, tinha o jeito dela, comunicativa, falante. Não aceitou o fim do relacionamento e fez essa brutalidade, feminicídio. O que queremos é justiça, que encontrem ele para que pague pelo que fez, para não acontecer com outras famílias", lamentou o pai.
Ele pediu que o suspeito seja preso e disse que a família está totalmente abalada após o crime. "Estamos tomando calmante para dormir, não conseguimos dormir de tanto telefonema. Nossa família está dando apoio para a gente. O que sustenta nessa hora é a família. Só queria que minha filha estivesse aqui agora e não tivesse acontecido nada."
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O pai diz que nunca concordou com o relacionamento. "A minha esposa dava força, eu não concordava com isso. Ela era uma garota bonita, inteligente, queria ter a vida dela, cheia de planos, um futuro dedicado aos estudos, faculdade. Ela se decepcionou e queria terminar e ele não aceitou", reforçou.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), um inquérito apurar as circunstâncias e autoria do homicídio de Luíza Nascimento Braga. Uma perícia foi realizada no local e familiares foram ouvidos. Agentes da unidade realizam diligências para localizar testemunhas e câmeras de segurança que possam ajudar nas investigações.
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Amigos lamentam e apontam namorado como assassino
Segundo relatos de amigos e familiares nas redes sociais, o suspeito sumiu da casa depois do crime e apagou as redes sociais. Ele teria ligado para o proprietário do imóvel dizendo que ia viajar e levou todos seus pertences. Assim como a vítima, ele também estuda na Uerj e ambos eram líderes da militância da universidade. Ele é procurado pela DH para prestar depoimento.
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Em uma postagem no Facebook, o Núcleo de Mulheres de Ciências Sociais da Uerj lamentou a morte de Luiza. "É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da estudante de Ciências Sociais Luiza Braga. Estamos todas em choque e profundamente tristes com a notícia. Ainda não temos maiores informações sobre o ocorrido", diz o texto. O Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CAcis) também publicou mensagem de pesar.
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"Luiza era doce, sonhava e era livre acho que ela precisa ser lembrada com esse sorriso lindo e a nós fica o desejo de que a justiça seja feita e de que o #feminicídio pare de acontecer. Vá em paz flor. Sua luz será lembrada", postou uma amiga.
"Luiza foi minha caloura. Fizemos uma matéria eletiva juntas. Não era minha amiga, mas era mulher, inteligente, forte! Era! Luiza hoje é estatística dessa crueldade que é o feminicídio! Morta supostamente pelo companheiro, tb estudante da UERJ que sumiu após o crime bárbaro. Meu coração dói cada vez que recebo essas notícias! (sic)", escreveu uma conhecida da vítima.
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Além de estudar ciências sociais, Luiza também era fotógrafa e já colaborou na produção de três curtas metragens, tendo com paixões a fotografia e o cinema, que cursava na Escola Darcy Ribeiro. "Na cidade encontro a ficção não ficcionalizada", escreveu em seu perfil em rede social.