Advogados conversam com a delegada Barbara Lomba - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Advogados conversam com a delegada Barbara LombaRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - A defesa de Flavio dos Santos decidiu voltar atrás e não vai mais entrar na Justiça para que o filho da deputada Flordelis seja encaminhado para um presídio do estado. Segundo Anderson Rollemberg, a delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), garantiu que o homem, que é o principal suspeito de matar o pastor Anderson do Carmo, deverá deixar a delegacia na próxima sexta-feira.
"A delegada disse que amanhã nos dará acesso ao inquérito que está no Ministério Público. Assim, poderemos iniciar a defesa", afirmou Rollemberg. "Em relação à situação dele no cárcere, a delegada disse que até o final desta semana o Flávio deixará o local. A autoridade policial só está viabilizando para qual cadeia ele vai. Então, ela nos garantiu a transferência. Vamos dar um crédito a autoridade policial e não vamos entrar na Justiça pedindo a transferência do Flávio", completou. 
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O novo advogado de Lucas dos Santos, Victor Vianna, disse que não vai pedir a transferência de seu cliente da DHNSGI para um presídio. Segundo a defesa, ele vai ouvir Lucas nesta tarde para pegar mais detalhes do caso.
Ainda de acordo com o defensor, o único contato com o cliente foi para anunciar a troca de advogados. "Eu não vou pedir que ele deixe aqui. O Lucas está sendo bem tratado e por hora não vejo o motivo de sua transferência dele", disse.
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No começo da tarde, um homem foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na especializada. Ele chegou em uma viatura descaracterizada.

Por volta das 14h50, Maurício Eduardo Mayr, o outro advogado de Flávio, informou que não iria conseguir analisar os inquéritos porque, segundo ele, a delegada Bárbara Lomba já enviou ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). "Não sei quais são os requerimentos. A doutora disse que os inquéritos já está no MP", disse.
O advogado também afirmou que a arma encontrada pela Polícia Civil, na casa da parlamentar, uma Bersa 9mm, pode ter sido plantada pelos policiais. O defensor também colocou em xeque a investigação e a confissão do cliente.  "A arma estava em local de fácil acesso. A arma teria sido plantada por alguém em interesse a morte do pastor. Houve uma romaria na casa e durante as buscas, varias pessoas — inclusive os policias — poderiam ter guardada (a arma)", disse Mayr.

No entanto, a deputada Flordelis declarou que a arma estava na casa por conta de um fato, mas não explicou que fato seria. "Eu conversei com o Flavio sobre o caso, mas não perguntei sobre a arma e o celular. Só fiz questões técnicas como a confissão. Não sabemos se a confissão foi a base de remédio, já que ele foi atendido varias vezes aqui na delegacia. Queremos saber como foi prestada essa pseudo-confissão, se foi a base de remédios, que horas foi", contou Mayr. 

"Não vamos permitir uma acareação. Eles já estão aqui há muito tempo e não há necessidade disso", ressaltou.  "Não sei nem o motivo de a delegada ouvir a irmã do pastor. Será que eles estão querendo ganhar por exaustão?", completou.