Ketlyn Jesus, Kauane Santos e Ludmylla Sodré foram as alunas selecionadas em um concurso de redação -  Cléber Mendes
Ketlyn Jesus, Kauane Santos e Ludmylla Sodré foram as alunas selecionadas em um concurso de redação Cléber Mendes
Por *Luana Dandara

Presente no calendário carioca há 19 anos, a Bienal do Livro ultrapassa, pela primeira vez, os pavilhões do Riocentro. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o maior evento literário do país leva autores renomados para uma troca de experiência com alunos das escolas municipais, no projeto Bienal nas Escolas. A jornalista Miriam Leitão foi até a Escola de Desenvolvimento Infantil, na Praça Seca, e a autora-fenômeno do público juvenil Thalita Rebouças visitou a Escola Municipal Bernardo de Vasconcellos, na Penha. Em agosto, será a vez de as escritoras Nathalia Arcuri e Ana Maria Machado interagirem com os jovens.

"Temos essa missão de incentivo à leitura, e esse projeto é uma maneira de levar nossa essência para as escolas, promovendo maior interação com os alunos, fomentando o interesse pela literatura. Nosso objetivo é que se torne um projeto permanente", pontuou o coordenador de marketing da Bienal, Vinícius Cortez.

SUPERAÇÃO

Na visita de Thalita Rebouças, os estudantes - e também os professores - não conseguiram esconder a empolgação, e muitos até foram às lágrimas. "A nossa comunidade vem enfrentando dias muito difíceis, e esse evento é uma superação. Os nossos alunos são especialistas em driblar as adversidades, são formados nesse processo diário", afirmou a diretora da escola municipal, Daniela Azini.

As estrelas do dia, entretanto, foram mesmo os alunos. Ou melhor, as alunas. Em concurso na escola, três meninas, todas moradoras da Vila Cruzeiro, tiveram suas redações escolhidas. A grande vencedora, Ludmylla Sodré dos Santos, de apenas 13 anos, ganhou um livro autografado por Thalita. "Foi uma surpresa emocionante. Ela sempre foi minha autora favorita", disse Ludmylla, que viu o prêmio como um incentivo para continuar os textos corajosos e empoderados, que abordam temas como preconceito e bullying.

Também selecionada pela boa escrita, Ketlyn Jesus, de 15 anos, teve o incentivo da mãe, dona de casa, no hábito da leitura. Hoje, sonha em ser escritora e é frequentadora habitual da biblioteca da escola. "O livro tira a gente da casinha, viaja sem sair do lugar, ganha vocabulário e conhecimento", defendeu Thalita.

A diretora Daniela Azini ressaltou não ser a falta de segurança da região que define o futuro dos estudantes. "Eu olho para esses alunos como sujeitos de conhecimento, é enxergar potência onde muitos veem carência", pontuou.

A Bienal Internacional do Livro Rio acontece entre 30 de agosto e 8 de setembro. Este ano, mais de 50 mil alunos da rede pública visitarão gratuitamente o evento.

Estagiária sob supervisão de Clarissa Monteagudo

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