Segurança do Metrô Rio agridem torcedores do Fluminense dentro de trem no Maracanã - Reprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Segurança do Metrô Rio agridem torcedores do Fluminense dentro de trem no MaracanãReprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Por ADRIANO ARAÚJO
Rio - A Agetransp, agência responsável por regular o transporte público no Rio, notificou o Metrô Rio para que preste esclarecimentos sobre agressões praticadas por seguranças contra torcedores do Fluminense na noite de quinta-feira. Um processo foi aberto para apurar se houve falha na prestação de serviço, o que pode acarretar em multa para a empresa. Até o momento, dois funcionários foram desligados, informou o Metrô Rio, mas apurações sobre o caso continuam. 
Seguranças que trabalham no Metrô Rio foram flagrados agredindo torcedores do Fluminense que voltavam do jogo do time tricolor contra o Corinthians no Maracanã, na noite desta quinta-feira. As imagens foram gravadas dentro de um vagão do transporte na estação que leva o nome do estádio, na Linha 2. Dois rapazes sofreram fraturas após serem atingidos com golpes de cassetete e ainda foram expulsos da estação. 
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O estudante Andrew Santos, 18 anos, se disse indignado com a forma que ele e outros torcedores foram tratados. "Vou ter que passar por uma cirurgia, porque o médico disse que pode prejudicar o movimento da mão. Estou com os braços todo arrebentados, com as marcas dos cassetetes, pela covardia que esses que se dizem seguranças do metrô fizeram comigo", desabafa.

Dois vídeos recebidos pelo WhatsApp do DIA (98762-8248) mostram o excesso dos seguranças, atingindo torcedores com golpes de cassetes. Segundo Felipe Fernandes, 24 anos, que teve o dedo indicador quebrado, a confusão começou na entrada dos trens, quando uma porta travou e houve demora para os torcedores entrar, sendo empurrados pelos agentes.

"Eu estava descendo a escada e vi eles empurrando as pessoas para dentro do metrô, entre eles meus amigos. Fui tirar a galera do meio e falei que estava tranquilo, fui afastando todo mundo, um dos seguranças até concordou. Quando a porta começou a fechar, outros seguranças começaram a bater com o cassetete para entrarmos no metrô".

Dentro do vagão havia crianças, idosos e mulheres, que ficaram no meio da confusão. "Fizeram uma covardia desnecessária. Fui tirar todo mundo da confusão e fizeram isso. A gente não fez nada", falou.
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Felipe tinha uma prova prática para a próxima terça-feira para tirar a carteira de habilitação para dirigir caminhões e micro-ônibus, mas terá que cancelar por conta da fratura no dedo. Um amigo dele também fraturou um dos dedos e vai precisar passar por cirurgia.

Ele e outros amigos vão procurar a polícia ainda nesta sexta-feira para registrar o caso e fazer exame de corpo de delito. Felipe disse que pretende processar a Metrô Rio. "Após eu ficar com o dedo inchado, pedimos ajuda aos seguranças e expulsaram a gente da estação na marra, mandaram a gente se virar e pegar outra condução", disse.
Em nota, o MetrôRio repudiou o episódio. "A empresa considera o comportamento dos agentes inaceitável e incompatível com seus valores e princípios", diz o texto. "O MetrôRio reforça seu compromisso com os usuários e vai prestar todo tipo de auxílio aos clientes e à polícia durante as investigações", diz.