‘Tá tudo bem?’ Aplicativo desenvolvido por jovem ajuda na prevenção ao suicídio

Aplicativo 'Tá tudo bem?' ajuda a prevenir suicídios - Reprodução — Aplicativo 'Tá tudo bem?' ajuda a prevenir suicídios Reprodução

Por LUANA BENEDITO

Rio - A cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida no mundo. O suicídio já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito, de acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta segunda-feira. A OMS, no entanto, ressalta que nove em cada 10 mortes dessas mortes podem ser evitadas através da prevenção.

Prevenção ao suicídio é justamente o que propõe o aplicativo Tá tudo bem? desenvolvido pela carioca Aline Bezzoco, 29 anos. Em 2017, após ouvir comentários preconceituosos sobre o tema, a programadora criou a ferramenta com o objetivo de desmistificar e quebrar tabus.

O aplicativo oferece ferramentas de apoio, como um botão de emergência que liga automaticamente para o Centro de Valorização da Vida (CVV), no telefone 188, ou ainda um redirecionamento para o chat do CVV em que é possível conversar com algum voluntário da organização.

"Queria ajudar e identificar comportamentos suicidas, pois muitos ainda possuem ideias distorcidas sobre o tema por não ser um assunto muito discutido. Com o tempo fui obtendo novas ideias e pedi para que a minha psicóloga Wanessa Lisbôa supervisionasse o conteúdo a fim de trazer mais credibilidade ao projeto", diz Aline.

Há também uma agenda de contatos de emergência. lista de razões para viver, notificações diárias de apoio emocional, um diário de gratidão e meditação.

"Como faço terapia há alguns anos algumas das funcionalidades são baseadas nas experiências que já tive. O Diário de Gratidão e o Respire são dois grandes exemplos. O primeiro é baseado em uma das escritas terapêuticas que faço comigo mesma listando todas as coisas boas que aconteceram comigo. Já o segundo são as técnicas de respiração que faço comigo mesma quando estou em crise de ansiedade", conta a programadora.

A psicóloga Wanessa Lisbôa foi a responsável por revisar as informações do aplicativo e também escreveu um texto de apoio ao usuário, para acalmá-lo. "Quando as pessoas estão tristes, deprimidas, ansiosas não conseguem ver que tem saída para o problema que elas enfrentam. Essa mensagem serve para para mostrar que tem saída sim, que nem tudo está perdido e que a pessoa que está lendo é importante", afirma.

Segundo Aline, o aplicativo tem mais de 13 mil usuários ativos e quase 50 mil downloads. "Tudo isso de forma orgânica", destaca. "Algumas pessoas que utilizam o app já entraram em contato comigo agradecendo, sugerindo melhorias e até mesmo fazendo críticas construtivas, o que acho fundamental para a melhoria", completa a jovem.

Precisa de ajuda? Ligue 188 . Ou acesse: https://www.cvv.org.br/quero-conversar

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

Alguns locais que oferecem atendimento psicológico gratuito no Rio

Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.
Endereço: Avenida Pasteur, 250 - Pavilhão Nilton Campos
Telefone: (21) 2295-8113

Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, SL. 10.006, BL. D, Maracanã
Telefone: (21) 2334-0033
Horário de Atendimento: Seg à Sex | 09:00h – 18:00h

Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade Estácio de Sá – Campus Norteshopping
Endereço: Av. Dom Helder Câmara, 5080 – Norte Shopping
Telefone: (21) 2583 7116

Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Estácio de Sá – Campus João Uchôa
Endereço: Rua do Bispo, 83 – Rio Comprido
Telefones: (21) 4003-6767 / (21) 2583 7116

fotogaleria