Devota da santa, a aposentada Leila Maria Simas Leitão dedica boa parte do seu tempo ao santuário:
Devota da santa, a aposentada Leila Maria Simas Leitão dedica boa parte do seu tempo ao santuário: "Parte do que sou aprendi com a novena"Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por O Dia
Rio - Milhares de católicos do Rio celebram, hoje, o dia de Santa Edwiges, a Padroeira dos endividados e protetora das famílias. Em tempos de crise, mesmo quem não é devoto procura fazer uma prece à santa, seja para quitar as pendências financeiras ou até conseguir emprego.

O padre Silvino Caixeta, reitor do Santuário de Santa Edwiges, em São Cristóvão, na Zona Norte, devido à situação conturbada que o Rio vive, diz que tem percebido que muitas pessoas passaram a apelar para Santa Edwiges. “As pessoas têm muita fé e recorrem à santa para conseguirem pagar suas dívidas e arrumar emprego, e muita gente alcança essas graças”, afirmou.


As celebrações em homenagem à santa começaram no dia 7, com novenas e missas às 7h e às 18h30. Em cada missa, um grupo foi escolhido para receber uma oração especial, entre eles os desempregados, os enfermos e as famílias. Hoje, os atos acontecem de hora em hora, a partir das 6h, com celebração realizada por diversos padres, inclusive de Belo Horizonte. Às 20h, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, celebra a missa em homenagem a Santa Edwiges.

O santuário fica na Rua Fonseca Teles 109, e terá almoço e festa após as eucaristias. Devota da santa desde os 13 anos de idade, a aposentada Leila Maria Simas Leitão, de 66 anos, diz que Santa Edwiges esteve a seu lado nos momentos mais importantes de sua vida. Ela lembra que, quando se mudou para São Cristóvão, seus pais pediram que ela escolhesse uma paróquia para frequentar: “Sabe quando o coração toca, que você se sente bem, acolhida? Eu entrei no santuário e o coração abriu no mesmo instante. Tudo o que precisei, pedi para a santa. Aqui, celebrei meus 15, 18 e 21 anos, tudo foi vivido ao lado de Santa Edwiges”.

Formada em assistência social e biblioteconomia, hoje Leila dedica sua vida ao Santuário de Santa Edwiges e é voluntária em todos as festivas que acontecem no local. “Hoje eu me dedico à igreja antes, durante e depois das festas, e eu dedico todo esse tempo com muito amor. Eu adoro me dedicar a ela, parte daquilo que tenho e daquilo que eu sou eu aprendi com a novena, é por isso que eu me doo tanto. Eu morei em São Paulo por quatro anos e foi como se tivessem tirado um pedaço de mim, eu passei a vir todo fim de semana, mas eu senti muita falta da minha
vivência dentro da igreja”.

Uma princesa que ajudava os carentes
Edwiges de Andechs era uma princesa da Silésia e da Polônia, muito religiosa e conhecida por pagar dívidas de famílias que arrendavam suas terras, mas não conseguiam pagar por elas. Casada com o príncipe Henrique I da Silésia, ela se dedicou à formação religiosa do marido e dos filhos. Depois da morte de dois dos seus seis filhos, passou a viver no mosteiro e ajudar os carentes. Edwiges morreuem 1243, aos 69 anos, mas só foi proclamada santa em 1267.

Há dois meses foi iniciada uma reforma no Santuário de Santa Edwiges. Os vitrais e a pintura foram alterados, mas a mudança mais marcante é a do painel no altar, que antes possuía uma imagem de Jesus crucificado, símbolo tradicional da Igreja Católica, e agora ganhou pinturas que representam Deus e Jesus, os apóstolos, o Novo e Velho testamentos e outras representações do cristianismo.

Reportagem da estagiária Rachel Siston, sob supervisão de Bete Nogueira