Rio - Onze agressores que descumpriram medida protetiva, ou foram flagrados agredindo mulheres, acabaram presos por agentes do programa Patrulha Maria da Penha, que completou dois meses, ontem. Segundo balanço do projeto da Polícia Militar, 629 mulheres vítimas de violência estão sendo visitadas regularmente até duas vezes por dia. O objetivo é impedir que os autores reincidam no crime, evitando que os episódios terminem em feminicídios.
Em um dos episódios, policiais do 14º BPM (Bangu) surpreenderam um agressor que, mesmo impedido de se aproximar da ex-mulher, invadiu a casa logo que foi liberado da prisão. Por acaso, a mulher recebeu a visita dos policiais na viatura lilás do programa naquele dia. Foi a sorte dela.
"Se os policiais não estivessem ali naquele dia, não sabemos o que poderia ter acontecido. Esse agressor foi parar na prisão novamente", explicou a major Claudia Moraes, subchefe do escritório de programas de prevenção da PM. "Muitos desses homens não só violam a ordem de se manter à distância das vítimas, como ameaçam, batem e cometem violência sexual", completa, em referência aos agressores alvo de 26 mil medidas protetivas deferidas pelo Tribunal de Justiça do Rio, no ano passado.
Prisão de agressor até na praia
Ao todo, o programa conta com 190 PMs treinados e os 39 batalhões da Polícia Militar devem ganhar salas lilases, voltadas especialmente para o atendimento a mulheres.
"Os PMs que participam da Patrulha Maria da Penha são preparados e têm sensibilidade até para entender por que muitas mulheres preferem não abordar certos assuntos", completou a oficial.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), quatro mulheres são agredidas e ameaçadas por homens a cada dia, no Estado do Rio.