"As vendas pela internet eram feitas, diretamente, por pessoas ligadas às bocas de fumo da Favela Nova Holanda. A gente deu início as investigações quando percebeu que um número enorme de pessoas dessas comunidades passou a anunciar esses equipamentos num valor inferior ao de mercado. Quando fomos informados pela própria empresa que mais de quatro mil equipamentos foram furtados, iniciamos o trabalho para identificar esses suspeitos e onde estavam esses equipamentos", explica Narciso.
Cada equipamento, segundo o delegado, está avaliado em cerda de R$ 2 mil. As patinetes eram furtadas por usuários de drogas e entregues na Nova Holanda. Lá, Motoboy oferecia drogas na troca dos veículos.
Para a polícia, Motoboy comandava a quadrilha e Cromado era o responsável pelo processo de desbloqueio dos veículos. Após o desbloqueio as patinetes eram customizadas pelos criminosos e repassadas para compradores através das redes sociais.
Ainda de acordo com o delegado, as pessoas que compraram as patinetes podem ser indiciadas e responder criminalmente por receptação.
Narciso explica que as patinetes se tornaram febre dentro da Nova Holanda, até mesmo virando hits das letras de funk da comunidade. "Na Nova nós 'tá' de lazer andando de patinete... Pode escolher se é do amarelo ou é do verde", diz um trecho da música.
Em nota, a Grow, dona das marcas de patinetes e bicicletas Grin e Yellow, diz que a empresa não divulga dados de equipamentos furtados e prejuízo por questões estratégicas e de segurança. segundo a Grow, as patinetes rastreadas por sistema GPS, o que já levou à recuperação de equipamentos e à apreensão de pessoas envolvidas nesses casos.