Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido  - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Thuany Dossares
Rio - Após mais de quatro horas de depoimento de Shanna Harrouche Garcia, filha do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, na Delegacia de Homicídios, nesta quinta-feira, o delegado Daniel Rosa, titular da DH e responsável pelas delegações, informou que o caso é tratado como tentativa de homicídio. "Todos os detalhes ligados à motivação a gente não vai revelar agora e nem quais serão esses próximos passos da policia, para garantir o êxito dessa investigação. O que a gente pode garantir é que foi uma tentativa de homicídio, em que tentaram tirar a vida dessa mulher. Quem foi e quem possa estar por trás, é alvo dessa investigação que está correndo em sigilo".

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Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Shanna Gracia sai da DHC, na Barra da Tijuca, Zona Norte do Rio, onde prestou depoimento sobre atentado sofrido Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
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Quanto ao depoimento da vítima, Rosa afirmou que foi muito produtivo para a investigação. "Foi um depoimento muito produtivo e interessante, em que foram coletadas informações a cerca da dinâmica daqueles momentos de pânico que ela viveu ao ser atacada pelo criminoso e todos esses momentos estão sendo investigados".
O delegado também informou que outras pessoas foram intimadas para esclarecer o crime. "É uma investigação sigilosa, que a gente mantém esse sigilo pra garantir a qualidade dessa investigação e a pronta resposta. Já foram intimadas algumas pessoas e outras serão ao longo da semana, a fim de garantir o esclarecimento do que aconteceu naquela cena e o que pode ter motivado essa tentativa de homicídio", finalizou.
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Shanna saiu da especializada e, durante conversa com jornalistas, disse esperar que o poder público tome as medidas necessárias para sua segurança. "Fui muito bem recebida e eles me passaram muita confiança. Só espero agora que a delegacia e que o poder público tome as atitudes que tem que tomar, porque minha vida está em risco e acho que não morri por sorte. Agora é esperar, eu vou me cuidar e ver o que o poder público vai fazer por mim também". 
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A empresária preferiu não entrar em detalhes sobre qual seria a linha de investigação da polícia. "Eles pediram pra não entrar em detalhes nenhum da investigação". No entanto, fez sinal positivo quando questionada se ainda suspeita do ex-cunhado como autor ou mandante do crime. 
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A empresária chegou à especializada por volta das 11h35 e, antes de entrar na delegacia, apontou novamente o ex-cunhado como autor da tentativa de homicídio que sofreu.
"Eu tenho a desconfiança do meu ex-cunhado, por briga de família. Eu ando sozinha, sem segurança, ele já me ameaçou, até dei depoimento aqui. Temos milhões de inventários, a gente tem batido na tecla para prestar contas. Não só porque ele toma conta do jogo de bicho, mas de todos os bens legais que eu tenho no inventário. Só corro atrás disso porque tenho direito, meu pai que deixou. Então para ele eu sou uma ameaça", explicou, mais cedo.
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Relembre ataque
Filha do bicheiro Maninho, Shanna Harrouche Garcia foi baleada no início do mês na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, a vítima foi atingida quando chegava a um centro comercial. O atirador estava em um carro e vinha seguindo Shanna. Quando ela estacionou e saiu do carro no centro comercial, o atirador deu a ré e disparou contra ela.
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Herdeiros da contravenção
Waldemir Paes Garcia, conhecido como Maninho, pai de Myro e Shanna, virou um dos bicheiros mais importantes do Rio quando tinha apenas 26 anos. Myro, o filho dele, se acostumou a ir ao colégio e a uma escolinha de futebol acompanhado por seguranças armados.
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Mas esse tipo de precaução não foi o suficiente para evitar o assassinato do próprio pai. Maninho foi assassinado a tiros em 2004, quando deixava a academia, em Jacarepaguá. Myro, que estava com o pai, também foi baleado, mas conseguiu sobreviver.
Na época, Maninho tinha 42 anos e extensa ficha criminal, com condenação por formação de quadrilha, indiciamento por contrabando e um desentendimento em 1986 envolvendo o ator Tarcísio Meira Filho, que acabou com perseguição, tiros e um homem baleado.

A confusão começou porque Maninho teria se irritado por desconfiar de supostos olhares da mesa onde o ator estava com outros dois amigos em direção de sua mulher e decidiu acertar as contas na saída. José Carlos Reis, o Josef, que acompanhava Marinho, deu três tiros contra o carro ocupado pelo ator.
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Um deles atingiu Carlos Gustavo Pinto Moreira, o Grelha, que ficou paraplégico. No processo, Josef disse que agiu por conta própria. São histórias de um legado da contravenção que já corria nas veias da família.
O pai, Waldemir Garcia, o Miro, e o padrinho Angelo Maria Longa, o Tio Patinhas, já eram chefões do jogo do bicho nos anos 80. A família também tinha fortes ligações com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, onde Miro era presidente de honra e Maninho atuava como presidente do Conselho Fiscal.