Jonatan trabalhava em uma empresa de telemarketing e voltava para casa quando foi atropelado  - Reprodução / Redes Sociais
Jonatan trabalhava em uma empresa de telemarketing e voltava para casa quando foi atropelado Reprodução / Redes Sociais
Por Bruna Fantti
Rio - Karla Vasconcelos, acusada de atropelar e ocasionar a morte de Jonatan Lima da Silva, 24 anos, ao tentar fugir com seu veículo, na contramão, de uma blitz da Lei Seca, é casada com um sargento da Polícia Militar. A Polícia Civil investiga se o PM é quem testemunhas apontam que estava com ela no carro no momento do crime. Há a suspeita de que não fosse ela quem conduzia o veículo. O caso aconteceu no final da noite de quinta-feira em Sulacap, na Zona Oeste. 
Publicidade
"Vamos checar se era ele (policial militar) quem estava no carro e se chegou a trocar de lugar com ela no volante. Ele ainda será chamado para depor", afirmou o delegado Reginaldo Guilherme, titular da 33ª DP (Realengo). 
Karla, que se declarou autônoma, teve a prisão decretada na tarde deste domingo pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do plantão judiciário . Inicialmente, o caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande), que atua como central de flagrante na madrugada. Na ocasião, Karla foi indiciada por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar, e liberada com o pagamento de uma fiança de R$ 1 mil — mesmo com os depoimentos de agentes da Lei Seca afirmando que ela somente não fugiu do local porque foi contida por populares.
Publicidade
"O código de trânsito não permite a prisão em flagrante de quem não foge do local, é um benefício que a lei dá ao autor do delito. Mas foi presa pela embriaguez e pagou fiança. O delegado que fez o flagrante interpretou que ela não teve intenção de matar, também compreendi dessa forma", disse o delegado Adriano Leal, titular 35ªDP.

Anteontem, no entanto, o caso foi repassado para a 33ª DP (Realengo) e recebeu nova interpretação. "Na contramão, em alta velocidade, bêbada: assumiu a possibilidade de matar alguém. Indiciei por homicídio doloso qualificado e solicitei a prisão", disse o delegado Reginaldo Guilherme, no sábado. 
Após conseguir o mandado de prisão, neste domingo, o delegado colocou equipes nas ruas à procura de Karla. Eles estiveram na residência dos pais e de um condomínio fechado onde ela mora com o marido, em Vila Valqueire, mas não a encontraram. As buscas duraram toda a tarde e foram encerradas às 18h. Por conta disso, ela é considerada foragida. 
Publicidade
A reportagem do O DIA esteve nos locais de busca da polícia. No condomínio onde o casal reside, os vizinhos afirmaram que não encontram o casal há dois dias. A residência dos pais de Karla estava vazia.
Segundo uma prima de Jonathan, identificada como Jéssica da Silva, as testemunhas do crime confirmam a informação de que Karla estava acompanhada no momento do atropelamento. "Assim que o carro parou, uma pessoa que estava com ela fugiu. Os populares conseguiram segurar ela, mas ele não. No momento que o carro parou, ele saiu correndo. Ela estava acompanhada. Mas, a gente não sabe ainda quem é essa pessoa", disse.
Publicidade
O delegado Reginaldo Guilherme recebeu a informação de que Karla estava saindo de um motel, localizado na Estrada do Catonho, com um acompanhante. O veículo está registrado no nome de sua mãe. Logo após o crime, ao ser presa por embriaguez ao volante, na noite de quinta-feira, ela se recusou a realizar o teste do bafômetro. Mas, laudo do Instituto Médico Legal, baseado na coordenação motora, indicou o consumo de álcool.