
Cerca de 60 agentes, entre homens da DHC e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estiveram envolvidos na ação. A reconstituição foi acompanhada por peritos do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público Estadual e por uma promotora do MPRJ.
"Foi bem produtivo o que fizemos aqui. Apesar de ter passado dois meses as testemunhas contaram com detalhes o que aconteceu no dia do fato", explica a promotora Karina Puppin.
Galeria de Fotos
A reprodução, marcada para começar as 10 horas, começou por volta das 11h. Os PMs, lotados no 14º BPM (Bangu) não compareceram. Os advogados de defesa dos policiais reforçaram que todos confirmam que havia tiroteio no dia da morte do pedreiro. “Eles não podiam estar presentes por questão de segurança”, disse um dos advogados.
Delegacia de Homicídios fez reprodução simulada da morte do pedreiro nesta quarta-feira. pic.twitter.com/L3gGI2hcXu
— Jornal O Dia (@jornalodia) October 30, 2019
Parentes de José Pio acompanham o trabalho dos policiais. "Hoje essa reconstituição é muito importante para provar que esse tiro partiu de um agente do Estado. Pra família é indiferente se partiu de um homem ou de uma mulher. A família não está procurando por vingança, queremos apenas que a justiça seja feita. Esse agente ainda continua na rua, o Estado precisa tirar essa pessoa da rua. Meu irmão foi ferido pelas costas, o tiro veio da Avenida Brasil e só a polícia estava lá. Nossa família está despedaçada. Não é fácil perder um parente dessa forma", diz Janilson Baía, irmão do pedreiro.
"O Juninho era uma pessoa maravilhosa, tá fazendo muita falta. Eu desci da laje e quando abri a porta de casa ouvi os disparos. Um amigo que estava com o Juninho gritou que ele estava baleado. Infelizmente estou com minha obra parada. Tá sendo difícil segurar essa barra. O Juninho era amigo de todo mundo aqui na comunidade", falou Moisés Couto, dono da obra em que José Pio trabalhava.
"São cinco filhos deixados por ele. Minha sobrinha morava no imóvel onde meu irmão morava e precisamos tira-la daqui porque as pessoas flagraram os policiais militares que estiveram na ocorrência da morte dele em uma operação aqui na Vila Kennedy. A família foi obrigada a tomar essa decisão com medo de algo pior”, disse o irmão Janilson.
Horas antes da reprodução simulada agentes do 14º BPM (Bangu) realizaram uma operação contra traficantes da Vila Kennedy. Um veículo blindado foi flagrado nas ruas da comunidade.