Caso Marielle e Anderson Gomes, assassinados em 2018: familiares continuam em busca por justiça - Divulgação
Caso Marielle e Anderson Gomes, assassinados em 2018: familiares continuam em busca por justiçaDivulgação
Por O Dia
Brasília - Representantes do Ministério Público estadual (MPRJ) se reuniram com membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira, em Brasília (DF), para pedir que as investigações das mortes da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes continuem no Rio. O encontro aconteceu com os ministros responsáveis por analisar o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), que trata da federalização do caso.
De acordo com o MPRJ, na reunião, o procurador-geral Eduardo Gussem disse aos ministros que não há elementos que justifiquem a retirada do caso do Rio. Ele refutou os argumentos de que há uma inércia do estado sobre sobre a investigação ou um possível envolvimento de autoridades locais com eventuais executores ou mandantes do crime.
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Já a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a promotora Simone Sibilio, contou o que foi investigado até o momento, o que está em apuração e detalhou o trabalho feito para se chegar aos assassinos, o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e ex-PM Élcio Queiroz.
A reunião também contou com as presenças do subprocurador-geral de Justiça de Relações Institucionais e Defesa de Prerrogativas, Marfan Vieira; e do assessor-chefe da Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais (ARC Criminal/MPRJ), Orlando Belém.
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Procurado pelo DIA sobre a sugestão do MPRJ, a assessoria do STJ disse que "como o caso está pendente de julgamento, os magistrados não podem se manifestar publicamente a respeito do tema".
ÚLTIMO ATO DE DODGE
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O pedido para federalização da investigação do duplo homicídio foi feito pela ex-procuradora Raquel Dodge, em seu último dia como chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), em setembro. Na ocasião, Dodge alegou que houve "desvirtuamento da investigação". Ela também pediu a abertura de um novo inquérito contra suspeitos que teriam participado de uma "encenação de investigação" para conduzir a apuração a falsos mandantes e esconder a verdadeira autoria dos assassinatos.
Desde então, membros do Poder estadual e familiares de Marielle têm se manifestado sobre o pedido. O governador Wilson Witzel (PSC) questionou a competência da Polícia Federal em assumir a investigação.
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No mesmo dia da manifestação de Witzel, o procurador-geral Eduardo Gussem encaminhou ofício à PGR dizendo se opôr ao caso sair da esfera estadual. Ele lembrou que Dodge já havia sugerido a mesma medida no ano passado, menos de 24 horas depois dos crimes, ocorridos em 14 de março, o que foi negado.