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Por Bernardo Costa

Diante do cenário de crise no Rio, boa parte do empresariado fluminense orientou esforços para o mercado externo, o que influenciou positivamente a balança comercial do estado neste ano. É o que mostra o estudo 'Rio Exporta Semestral', divulgado na última semana pela Firjan, que apontou superávit de 4,4 bilhões de dólares nas relações comerciais com outros países. A área campeã de exportações foi a Baixada Fluminense, com destaque para a região de Duque de Caxias, que registrou US$ 6,6 bilhões em transações externas no primeiro semestre deste ano, um aumento de 350% em relação ao mesmo período de 2018.

"Mesmo com alguns parceiros comerciais em crise, como a Argentina, grande compradora de carros do Rio, o estado manteve saldo comercial favorável. Isso se deve a estratégias dos empresários, que buscaram firmar negócios com outros países para manter as empresas ativas", explica Flávia Alves, especialista em comércio exterior da Firjan.

No Polo Petroquímico de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, a empresa Nitriflex foi uma das que ampliaram contato com clientes no exterior para manter as contas no azul. A empresa produz borrachas e polímeros especiais para indústrias.

"Logo no início da crise, em 2013, passamos a bater na porta dos clientes estrangeiros. Esse trabalho, aliado a um esforço operacional para reduzir custos, começa a dar resultado agora. Neste ano, aumentamos as exportações em 20% e, para o ano que vem, a expectativa é crescer 40% em volume de vendas para o mercado externo", diz Alexandre Fagundes, gerente de planta industrial da Nitriflex, que exporta metade de sua produção para os EUA e China.

Para Fagundes, a alta do dólar também influenciou no aumento das exportações. "Foi possível baixar o preços, o que é importante sobretudo na relação comercial com a China", explica.

Depois de Caxias, a região que registrou maior aumento de exportações no Estado do Rio foi a de Nova Iguaçu, que exportou US$ 1,1 bilhão: um crescimento de 30% em relação ao ano passado. Os itens mais exportados foram o minério de ferro e fogos de artifício, sinalizadores e artigos de pirotecnia em geral. A empresa Condor, que produz armas não letais, se enquadra no último segmento, e exporta 60% do que produz para 64 países. A fábrica da empresa fica em Adrianópolis, em Nova Iguaçu.


Segundo Luiz Monteiro, diretor de relações institucionais da Condor, os investimentos em exportações se intensificaram no início dos anos 2000. "Foi o que garantiu a nossa sobrevivência e crescimento. Como vendemos para governos, se dependêssemos apenas do mercado interno estaríamos numa situação difícil, porque o contingenciamento de recursos e a imprevisibilidade das encomendas é uma realidade em nosso país", explica Monteiro.

O estudo da Firjan não analisou a capital do Rio, e inclui, na região de Nova Iguaçu, a cidade de Itaguaí, que registrou o maior volume financeiro de exportações da área: US$ 1,1 milhão. O minério de ferro é o produto mais vendido. "Os terminais portuários de Itaguaí tem uma infraestrutura muito boa. Isso ajuda nos resultados. No plano externo, o fato de a China ter voltado a crescer aumentou a demanda por exportações no primeiro semestre", diz Ulisses Oliveira, gerente-geral de assuntos corporativos do Porto Sudeste.

 

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