'Família está despedaçada', diz filha de costureira morta ao saltar de ônibus durante roubo
'Minha mãe foi mais uma vítima. Ela tinha muitos planos', lamenta a filha da vítima. Tânia da Conceição Mota, de 62 anos, tinha acabado de sair do trabalho e estava indo para casa, quando na Rua Moacir de Almeida foi anunciado o assalto
Rio - Familiares da costureira Tânia da Conceição Mota, de 62 anos, estiveram na manhã deste sábado no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, para liberar o corpo da idosa, que morreu ao saltar de um ônibus que era assaltado por criminosos em Tomás Coelho, na Zona Norte. Informações dão conta que ela, que era moradora do Jacarezinho, e mais quatro passageiras teriam sido obrigadas a descer do veículo da linha 298 (Acari - Castelo) em movimento.
"Acredito eu, que quando os bandidos fizeram o anúncio do assalto, a minha mãe tentou levantar para descer. Uns já falam que eles (assaltantes) mandaram descer. O ônibus estava em movimento, minha mãe caiu batendo a cabeça fazendo uma hemorragia intracraniana", conta muito abalada, a enfermeira Gláucia da Conceição Mota, 41 anos, filha da vítima, que tinha acabado de sair do trabalho e estava indo para casa, quando na Rua Moacir de Almeida foi anunciado o assalto.
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Gláucia conta que a mãe era uma mulher alegre e que ela trabalhava como costureira na Cidade do Samba no ateliê da Unidos da Tijuca. "Ela tinha um bom coração, nunca fez mal, até os inimigos ela ajudou por muitas vezes. É uma pessoa muito conhecida na comunidade do Jacarezinho. Não tem uma pessoa que fale que não gostava da minha mãe", lembra a filha.
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Segundo a PM, policiais militares do 3º BPM (Méier), foram informados por populares do assalto no coletivo. Ainda de acordo com a corporação, no local equipe foi informada de que, no momento do assalto, passageiros pularam do coletivo ainda em movimento e uma das vítimas teria batido com a cabeça na calçada.
"Imediatamente, policiais fizeram contato com o Corpo de Bombeiros e as vítimas foram levadas para o Hospital Salgado Filho, no Méier, onde a passageira que bateu com a cabeça no chão, não resistiu. Vale ressaltar que buscas foram realizadas na região para prender os criminosos, mas eles fugiram", diz PM em nota. Já a Secretaria Municipal de Saúde afirma que Tânia chegou ao hospital em óbito no hospital.
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"A família está despedaçada. Minha mãe não estava doente, nem em um leito ou acamada e foi sofrendo em decorrência de uma doença. Não foi assim. Minha mãe foi mais uma vítima. Ela tinha muitos planos, como curtir a casa dela com o esposo. E isso tudo foi interrompido", desabafa Gláucia.
De acordo com a 44ªDP (Inhaúma), o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte) e a investigação será assumida pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Agentes fazem diligências para esclarecer as circunstâncias do crime.