"Em relação a parte disciplinar, os dois policiais ativos e o inativo, responderão ao processo administrativo. Os dois com possibilidade de serem demitidos e o terceiro com possibilidade de cassação de aposentadoria, o que significa que os três podem ser excluídos da Polícia Civil", completou Lessa.
Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, a Polícia Civil e o MPRJ realizaram uma megaoperação contra a milícia que age em Rio das Pedras, Muzema e região, na Zona Oeste do Rio. Na operação Os Intocáveis II, como foi batizada, os agentes pretendiam cumprir 45 mandados de prisão e de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital.
Dentre os procurados, estavam policiais civis da 16ª DP (Barra da Tijuca) e PMs do 18º e 31º BPM (Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes, respectivamente). O servidor público Joailton de Oliveira Guimarães, da Fundação Parques e Jardins (FPJ), também foi um dos alvos.
De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa age na região desde 5 de junho de 2014 e é liderada por Dalmir Pereira Barbosa, Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, conhecido como Capitão Queiroz. O grupo é investigado pelos seguintes crimes:
. Grilagem
. Construção, venda e locação ilegais de imóveis
. Posse e porte ilegal de arma de fogo
. Extorsão de moradores e comerciantes com a cobrança de taxas mediante "serviços" prestados
. Ocultação de bens adquiridos com participação de "laranjas"
. Pagamento de propina a agentes públicos
. Agiotagem
. Utilização de ligações clandestinas de água e energia nos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos
Ainda segundo o MPRJ, a quadrilha usa arma de fogo para manter o controle sobre a região, além de contar com a participação de agentes públicos, ativos e inativos, especialmente policiais militares e civis. Com os servidores, os milicianos conseguem informações privilegiadas para manter as atividades ilegais e, assim, aumentarem sua área de atuação, "arvorando-se assim em poder paralelo ao Estado".
O grupo investigado age através de diferentes núcleos de atuação, dentre eles, a liderança e seus auxiliares diretos, como policial, segurança, financeiro, "laranjas" e imobiliário.